O novo método de Blumenau para a escolha dos diretores de escolas e Centros de Educação Infantil (CEI) concede aos pais, e não mais aos professores, o maior peso no processo. O sindicato é contra e exige mais diálogo com os servidores sobre as mudanças. Um projeto de lei começou a tramitar na Câmara de Vereadores nesta semana.
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Como a coluna havia antecipado, a eleição direta deixará de ser o único mecanismo para selecionar os gestores das unidades municipais de educação em Blumenau. Passam a integrar o sistema uma prova escrita e a elaboração de planos de gestão, que serão votados pela comunidade escolar.
Caso o texto enviado ao Legislativo seja aprovado sem alterações, nos CEIs, o peso do voto dos pais passa de 50% para 60%, enquanto o dos professores e servidores cai a 40%. Nas escolas, os pais ficam com 45%, os professores com 40% e os alunos com mais de 12 anos passam de 20% para 15%.
— O projeto é uma vergonha porque foi elaborado sem a participação dos servidores e tira autonomia dos profissionais da educação na escolha dos diretores — criticou o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Sintraseb), Sérgio Bernardo.
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Além da redução do peso na votação, os servidores ficaram de fora de uma comissão criada pelo projeto de lei para acompanhar a escolha dos diretores. Somente as secretarias de Educação e Administração estão representadas.
Uma minuta do projeto havia sido apresentada ao Sintraseb antes de chegar à Câmara. Porém, segundo Bernardo, alterações sugeridas pelos trabalhadores foram ignoradas no texto submetido aos vereadores.
Pedido das APPs
A secretária de Educação, Patrícia Lueders, disse que o aumento da participação dos pais é uma reivindicação antiga dos conselhos escolares e das Associações de Pais e Professores (APP).
— Os pais participavam e nunca decidiam, era uma solicitação que a gente vinha recebendo há muito tempo — justificou.
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Sobre a comissão, Patrícia entende ser uma prerrogativa do governo municipal. Nesta terça, a secretária foi à Câmara de Vereadores explicar os objetivos do projeto aos parlamentares. A tramitação será em regime de urgência.
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