Blumenau mudou a forma como conta os leitos de UTI disponíveis para Covid-19 nos hospitais da cidade nesta quarta-feira (24). Voltou à comunicação oficial a expressão “leitos de guerra”, que diferencia os 66 lugares ativados dos 28 que só funcionarão em último caso, numa situação de extrema necessidade. A alteração reconhece que os 51 pacientes internados representam uma taxa de ocupação de 77,3%, e não mais de 54,3%.

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> Veja quais são as novas medidas restritivas decretadas pelo governo de Santa Catarina.

A decisão vem no instante em que os 14 prefeitos do Médio Vale do Itajaí discutem novas medidas restritivas para conter a pandemia de coronavírus. Uma reunião por videoconferência marcada para 13h30min desta quinta (25) deve decidir se a região decretará regras mais rígidas ou apenas seguirá o que o Estado determinou.

O secretário municipal de Promoção da Saúde, Winnetou Krambeck, disse que o objetivo da mudança é transmitir à população uma mensagem mais assertiva do atendimento hospitalar em Blumenau:

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— Fizemos agora essa diferenciação para que fique mais claro para todos.

Procedimento inverso foi tomado em 2020, pouco antes das eleições municipais, quando os “leitos de guerra” perderam a nomenclatura solene. Isso fez parecer que havia 94 vagas de UTI prontas para receber pacientes em Blumenau e foi suficiente para derrubar os índices de ocupação nos boletins oficiais. Agora, com o contágio por coronavírus em aceleração, a administração voltou atrás.

Na conta atual da prefeitura de Blumenau entram 16 leitos de UTI para Covid-19 no Hospital Santa Catarina, 20 no Santo Antônio e 20 no Santa Isabel. Estes estão todos ocupados, com variações momentâneas quando pacientes recebem alta. Outra dezena de vagas pode ser aberta com adequações internas nos hospitais, chegando ao total de 66.

Os 28 leitos de guerra são mais complicados de ativar. Os hospitais Santo Antônio e Santa Isabel precisam fechar alas de enfermaria, interromper procedimentos eletivos e deslocar equipes de outras áreas para as UTIs. Mesmo assim, faltariam médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Não há certeza sobre quantos desses 28 de fato poderiam funcionar caso venha a ser necessário. E ainda há a questão financeira. Quem pagará pelas internações, já que o Ministério da Saúde parou de bancá-las?

A ginástica da prefeitura de Blumenau para enfatizar a gravidade do momento é necessária porque, quando era conveniente fazer a situação da Covid-19 parecer menos arriscada, o governo não hesitou. Agora que o apoio da população é decisivo para retomar o controle da crise, o trabalho de convencimento será dobrado.

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