Junho terminou como o mês em que mais blumenauenses foram vacinados contra a Covid-19. Um contingente superior a 50 mil pessoas compareceu à Vila Germânica para receber a primeira ou a segunda dose, superando maio em mais de 10 mil aplicações.
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Mas a solução definitiva para a crise sanitária acelera junto com o número de casos e, principalmente, de internações. Há a expectativa de que a próxima quinzena seja especialmente grave nos hospitais. Talvez o pior momento desde o início da pandemia. Contradição explicada pelo relaxamento geral na prevenção ao coronavírus.
A se confirmarem as projeções apresentadas pela Unimed à prefeitura de Blumenau, o contágio atingirá o ápice na próxima semana. O número de doentes simultâneos chegará a um pico entre 1,6 mil e 2,2 mil pessoas. Bem abaixo do registrado no fim do ano passado, mas o impacto na estrutura hospitalar está sendo maior. Segundo a Unimed, até 101 leitos de UTI podem ser demandados ao mesmo tempo em julho — a cidade dispõe de um máximo de 94, ainda assim contando todos os “leitos de guerra”. E novamente pesa a falta de enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos intensivistas.
Os números contraditórios espelham a conduta das autoridades. Por muito menos, em 2020, prefeituras e Estado tomaram medidas para evitar a circulação de pessoas e baixar o contágio. Àquela época, nem vacina existia. Agora, com quase 40% da população inoculada com a primeira dose, o fim do túnel está logo ali. Muitos dos que morrerão ou sofrerão sequelas da Covid-19 nas próximas semanas terão contato com o vírus às vésperas da vacina salvadora.
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São justificáveis os alertas, tanto da prefeitura de Blumenau quanto de entidades empresariais e hospitais, para que a população tenha extremo cuidado no momento atual. Mas já sabemos, pelas experiências anteriores, que isso não bastará.
Como não há disposição para enfrentar o coronavírus de forma coletiva, em comunidade, só resta a cada cidadão cuidar de si e dos seus. Enquanto torce pelos demais.
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