Faz quase um ano que a Defesa Civil de Santa Catarina identificou pela primeira vez defeitos na barragem de Ituporanga, que hoje impedem a operação normal das comportas. O primeiro laudo técnico sobre vazamentos nos dutos que levam a água da represa até as comportas data do início de julho de 2021. O Estado tornou público o problema em fevereiro deste ano, depois que um conserto provisório não surtiu o efeito esperado e decidiu-se manter as comportas abertas.
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O problema começou no duto da comporta 4 (C4) e foi apontado pela empresa responsável pelo monitoramento da barragem, a L E Soluções. O Estado pagou R$ 15 mil para que a mesma empresa tentasse conter o vazamento, que ocorre devido ao desgaste do revestimento metálico no interior dos dutos. A barragem de Ituporanga opera desde 1976.
Em fevereiro, porém, a empresa alertou a Defesa Civil que o vazamento persistia, não só na C4 mas também na C5. A ordem foi não fechar mais as comportas. Desde então, o Estado tenta contratar emergencialmente o reparo, por enquanto sem sucesso.
Segundo o chefe da pasta, David Busarello, cerca de 20 empresas foram contatadas para apresentarem propostas em uma dispensa de licitação. A estimativa era de que o projeto custasse R$ 141 mil. Três interessadas apresentaram orçamentos. A que faria o preço mais atrativo, de R$ 249 mil, não teria conseguido comprovar a capacidade técnica necessária e a Procuradoria Geral do Estado recomendou dar um passo atrás.
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Agora a própria Defesa Civil vai assumir o projeto e contratar direto a execução da obra, estimada entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão. Mas antes disso há outros problemas que precisam ser resolvidos.
Reparos planejados
Primeiro, o plano é dragar a represa em Ituporanga, que está assoreada. A ordem de serviço já foi assinada e a empresa contratada está prestes a começar o trabalho, uma vez que a água baixou após as chuvas. Vai custar R$ 1,6 milhão.
Em paralelo, o Estado investirá R$ 965 mil em novas grades para proteger a entrada das cinco comportas. Elas têm a função de evitar que galhos e troncos entrem nos dutos e danifiquem a vedação metálica — justamente a que está danificada. Somente depois disso o conserto será feito.

Até lá, as comportas ficam abertas. No início de maio, durante as enchentes que atingiram Santa Catarina, a Defesa Civil precisou contrariar essa orientação para evitar alagamentos ainda mais graves. Conforme Busarello, é preciso avaliar se a medida emergencial agravou o vazamento e se, numa ocasião semelhante, seria possível contar com a barragem outra vez.
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Enquanto isso, é torcer para que não chova demais.
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