Os vereadores de Blumenau aprovaram em poucos minutos, sob o regime de urgência, o projeto de resolução que cria 15 novos cargos nos próprios gabinetes. Cada parlamentar terá direito a nomear um coordenador político, com salário de R$ 7 mil. O impacto à folha do Legislativo será de R$ 1,5 milhão. Também foram aprovadas mudanças no auxílio-alimentação, que será de R$ 35 por dia e passa a beneficiar os próprios vereadores e estagiários.

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A pressa para aprovar os aumentos de gastos foi repentina, um dia depois da coluna revelar a existência do projeto de resolução e entidades empresariais publicarem nota contrária à medida. Desde 6 de abril, dia seguinte à tragédia na creche Cantinho Bom Pastor, a tramitação da matéria estava emperrada. Por uma triste coincidência, a sessão desta quinta-feira (20) foi aberta com a fala emocionada, na tribuna, de Jennifer Pabst, mãe de Bernardo, uma das vítimas do ataque.

Veja como votou cada vereador

Terminada a manifestação de Jennifer, a Mesa Diretora abriu a ordem do dia para as votação previstas. De imediato, o vice-presidente, Maurício Goll (PSDB), apresentou um requerimento de urgência para o pacote de medidas que elevam gastos: duas resoluções e um projeto de lei complementar. Ele foi aprovado e a sessão ordinária interrompida. Em menos de meia hora, todas as matérias foram aprovadas em todas as comissões e, em seguida, no plenário.

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Um dos projetos de lei estabeleceu o valor de R$ 35 de vale-alimentação por dia para todos os servidores da casa, incluindo vereadores, servidores cedidos e estagiários, medida que terá impacto financeiro de R$ 1,25 milhão por ano. Hoje, os servidores recebem menos de R$ 24, como os demais funcionários públicos municipais. O projeto também estabelece que o servidor da Câmara receberá o vale-alimentação quando tiver falta justificada.

Hoje, os servidores do Legislativo recebem o mesmo que os demais funcionários públicos municipais. Ou seja, a toque de caixa, os vereadores aumentaram os próprios gastos em R$ 2,75 milhões anuais.

Policiamento

A sessão foi acompanhada por dois policiais militares. O presidente da Câmara, Almir Vieira (PP), disse que os profissionais da segurança foram chamados devido a ameaças que teriam sido recebidas pela Casa em redes sociais.

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