Pressões internas e externas por mais restrições contra a transmissão do coronavírus em Santa Catarina devem tornar insustentável a atual política do Estado, de fechar atividades não essenciais apenas nos fins de semana e madrugadas. É a aposta que fazem profissionais com trânsito no Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes), para quem a postura branda diante do colapso tem prazo curto.

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A insistente piora nos números da pandemia e medidas mais duras tomadas por estados como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul enfraquecem a posição do governo, que pediu tempo para analisar o efeito das medidas tomadas até o momento.

Na próxima semana, governo e órgãos fiscalizadores estarão de olho nos números de casos, internações e mortes. As medidas para evitar circulação de pessoas nas madrugadas completarão duas semanas. Haverá pressa por resultados que, segundo especialistas, dificilmente virão.

Será progressivamente mais complicado para o governo sustentar o discurso que normaliza o desastre sanitário, a exemplo do que vem fazendo o secretário de Saúde André Motta Ribeiro em entrevistas a emissoras de televisão do Sudeste.

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A exposição de Motta em rede nacional, nos últimos dias, reforçou a impressão externa de que Santa Catarina faz pouco para conter a crise. As quarentenas no Paraná e, a partir de sábado, em São Paulo, além das medidas mais restritivas no Rio Grande do Sul, isolam os catarinenses.

A questão que se faz, nos bastidores, é: o que farão Ministério Público, Defensoria e Tribunal de Contas se a situação não parar de piorar? E quem pode ser responsabilizado?

Apesar disso tudo, a pressão econômica também continuará soando alto aos ouvidos de Carlos Moisés. O barulho pode ficar insuportável.