O Alertablu assumirá os serviços de monitoramento e previsão de enchentes do Rio Itajaí-Açu em Blumenau. Em reunião na segunda-feira (2), prefeitura, Furb e Defesa Civil do Estado concordaram em unificar o sistema de alerta no órgão mantido pelo município. Haverá uma transferência de conhecimento e tecnologia da universidade para o Alertablu.
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A reunião, no gabinete do prefeito Mário Hildebrandt (Podemos), serviu para encaminhar soluções às falhas no monitoramento que geraram atrito entre o Centro de Operações do Sistema de Alerta do Itajaí-Açu (Ceops), mantido pela Furb, e a Defesa Civil de Santa Catarina. Sem as 16 estações telemétricas do Vale do Itajaí funcionando, o Ceops teve dificuldades para acompanhar a evolução do rio durante as chuvas de janeiro.
A reitora da Furb, Marcia Sardá Espíndola, e o chefe da Defesa Civil do Estado, Aldo Baptista Neto, discutiram com o prefeito a proposta apresentada no ano passado pela Defesa Civil de Blumenau à Furb. A ideia é que os professores do Ceops, pesquisadores com mais de 30 anos de experiência, treinem profissionais do Alertablu e da Defesa Civil municipal, e repassem dados históricos da bacia hidrográfica tanto ao Alertablu quanto à Defesa Civil estadual.
Seria uma transição gradativa, num convênio a ser elaborado pela universidade, via Instituto Furb. Os professores seriam remunerados pelo trabalho — dois deles já estão aposentados e vêm trabalhando voluntariamente quando acionados em caso de enchentes. Ao menos outros dois devem aposentar-se nos próximos anos.
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Na prática, assim que o processo tiver sido finalizado, quando o Rio Itajaí-Açu subir, quem fará as medições e cálculos para projetar enchentes em Blumenau será o Alertablu, com base no que a Furb desenvolveu durante quase 40 anos. O Ceops permanecerá como braço de pesquisas e prestação de serviços técnicos ao sistema, como o levantamento de cotas de enchente, por exemplo.
Quanto às estações telemétricas desativadas, técnicos estaduais, municipais e da Furb vão analisar as substituições necessárias. Ao município, ainda cabe a instalação das novas réguas físicas do Itajaí-Açu, para restabelecer o sistema tradicional de medição do rio em situações de alerta.
Com o acordo no horizonte, as partes interessadas começam a falar o mesmo idioma sobre a prevenção de cheias no Vale do Itajaí. A solução proposta tem o mérito de combinar um modelo pioneiro no Brasil, desenvolvido pelo Ceops, com a evolução dos serviços de defesa civil no Estado e no município.
Para o cidadão, a centralização das informações numa única instituição tende a facilitar a compreensão dos alertas.
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