Os problemas registrados nesta semana em ambulatórios de Blumenau são mau presságio para o esforço de combate à pandemia de Covid-19. Uma semana depois de encerradas as atividades na central da Vila Germânica, os locais designados para receber os casos suspeitos não estavam preparados para a demanda extra. Cenas de pacientes à espera de teste ao lado de usuários que nada tinham a ver com coronavírus passaram a impressão de guarda baixa, relaxamento.

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Um ano atrás, em meio às eleições municipais e à sensação de que não haveria segunda onda de contágio, a central de diagnóstico na Vila foi desmontada. Dois meses depois, recrudesceu a pandemia e o município teve de reabilitar a estrutura. Agora, a decisão de desativá-la pela segunda vez será justificável, do ponto de vista da gestão dos recursos, se a população não sentir falta dela. Por enquanto, sentiu.

O clima de “já acabou” perceptível nas ruas é passaporte para uma nova onda de contágio, com todos os prejuízos decorrentes bem conhecidos de todos. A bonança, neste caso, precede a tempestade. Para Blumenau, seria um balde de água fria no importante plano de resgate da atividade turística e de lazer por meio dos eventos de Natal.

Países com índices de vacinação melhores do que os brasileiros vêm sofrendo com a variante Delta. O Rio de Janeiro já convive com outro pico da doença — enquanto libera jogos de futebol. Acreditar que estamos imunes é voltar um ano no tempo e repetir o erro. Alguma coisa precisamos ter aprendido com tanta dor.

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Nos números de Blumenau há um incômodo déjà-vu. A média móvel de novos casos de coronavírus parou de cair há duas semanas e oscilou para cima nos últimos dias.

Os 40% de blumenauenses vacinados com duas doses são um enorme avanço. Adolescentes começam a ser inoculados e idosos recebem dose de reforço. As condições de saída da crise estão dadas. Mas comportar-se como se o problema estivesse resolvido é abusar da sorte.

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