Que governante tira 36% das verbas previstas para uma rodovia que atende diretamente mais de 1 milhão de habitantes às vésperas de uma eleição acirrada? Jair Bolsonaro (PL) tirou R$ 28 milhões da BR-470 a 25 dias do segundo turno das Eleições 2022. Parece confiar num apoio incondicional em Santa Catarina. Não importa o que faça ou deixe de fazer na gestão, a maior parte dos catarinenses votará nele. Essa é a mensagem que a decisão transmite.

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Verdade seja dita, desde o fim de 2021, quando o governador Carlos Moisés (Republicanos) assinou um cheque de R$ 300 milhões para o Ministério da Infraestrutura investir na BR-470, o governo Bolsonaro abandonou a obra. Quem está financiando a duplicação entre Navegantes e Indaial são os cofres do Estado. Em 2022, a União pagou R$ 4 milhões em desapropriações e mais nada.

Para 2023, o orçamento federal prevê só R$ 58 milhões. É dinheiro de pinga para uma empreitada que precisa de ao menos R$ 800 milhões para chegar ao fim. O próprio governo já postergou a conclusão para 2025. Mas essa é uma previsão otimista. No ritmo dos desembolsos federais, é coisa para mais uma década.

Já se sabia de tudo isso quando Jair Bolsonaro recebeu 62% dos votos catarinenses no primeiro turno, domingo passado (2). Agora, na mesma quarta-feira (5) em que o Diário Oficial da União comunicava mais um saque de verbas da BR-470, uma multidão reunida no Parque Vila Germânica, em Blumenau, entoou coro de “Mito!” na cerimônia de abertura da Oktoberfest — imagem que está circulando o país pelas redes bolsonaristas.

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Pode-se apontar no governo de Bolsonaro muitos defeitos, menos o de que desconhece seus eleitores.

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