Mexidas recentes na prefeitura de Blumenau indicam a largada de uma operação para viabilizar a vice-prefeita Maria Regina de Souza Soar (PSDB) na disputa eleitoral de 2024. A vice, cuja característica mais evidente é a discrição, deve ter mudanças na agenda, na comunicação e até na imagem. O primeiro objetivo é fazer com o que o eleitor a perceba como protagonista na gestão de Mário Hildebrandt (Podemos).
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Blumenau e região direto no Whatsapp
Marcelo Althoff (Podemos), que estava na secretaria de Parcerias e Concessões, foi transferido para a chefia de gabinete da vice tucana. O que parece função menor é, na verdade, cargo estratégico para a sucessão.
Há meses a avaliação dentro do governo é de que Maria Regina precisa de maior exposição. Isso envolve a gestão da agenda e a definição de uma linguagem para comunicar-se nas redes sociais. A disposição da administração, agora, é “gerar autoridade” à vice.
Um dos desafios dessa operação é tirá-la da sombra de Hildebrandt. A estratégia escolhida, ao menos por enquanto, é associá-la à continuidade das obras em andamento ou projetadas para breve. Maria Regina não terá um “PAC” para chamar de seu, a exemplo de Dilma Rousseff (PT) nos tempos de ministra. Pelo contrário, a ideia é fazer com que a ex-secretária de Saúde seja vista como capaz de governar toda a cidade. A ver como será a execução do plano, uma vez que o prefeito costuma centralizar a agenda positiva da gestão.
Continua depois da publicidade
Num segundo momento, virá um processo de construção de imagem. O prefeito aposta que uma mulher candidata será bem recebida pelo eleitor no próximo ano. Mas assessores entendem que é necessário repaginar a relação dela com a população, na forma e no conteúdo.
Maria Regina já afirmou que pretende ser candidata. Nas últimas semanas, tem dado mostras de que está disposta a enfrentar a rotina pesada de uma liderança política em escrutínio social permanente. Agora, a um ano e meio das eleições, a gestão começa a mover-se por ela e pela manutenção da aliança Podemos-PSDB-Cidadania.
De todo modo, uma candidatura em 2024 não depende só do entorno da vice-prefeita. Para que Maria Regina concorra representando a sucessão, a ampla aliança que sustenta o governo terá de ser mantida e até ampliada. Essa complexa negociação passará obrigatoriamente pelo gabinete de Hildebrandt. E só deve esquentar a partir do fim do ano.
Mudanças
Com a saída de Althoff, o então diretor-geral do gabinete do prefeito, Rodrigo Jansen, passa a ocupar a Secretaria de Parcerias e Concessões. Raimundo Mette, que trabalhava com Maria Regina, vai para o gabinete de Hildebrandt.
Continua depois da publicidade
Receba textos e vídeos do colunista Evandro de Assis direto do Whatsapp
Leia também
Blumenau planeja uma central de câmeras só para monitorar escolas e creches
Processo da Havan no Centro Histórico de Blumenau está mais perto do julgamento
Burocracia atrasa o novo museu Fritz Müller
Julgamento no STF põe quatro cidades de SC no centro de uma polêmica nacional