Um amigo insistiu, há alguns dias, em me apresentar uma pessoa em uma confraternização. Ele disse que havia algo que eu precisava ver – se eu não visse, segundo ele, eu não acreditaria.
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Cumprimentei a tal pessoa e a primeira pergunta que ela fez foi se eu era de esquerda ou de direita. Eu respondi que era de São Miguel do Oeste – e sorri, para não parecer rude. Indiferente à resposta, o jovem me disse que queria me mostrar uma coisa. Abriu dois botões da camisa, e ostentou uma tatuagem, em letras garrafais no peito, com o nome de uma figura política notória da nossa tragicômica história recente. Fiquei sem reação, sorri de novo, balbuciei algo, dei dois tapinhas nas costas dele e saí.
Acredito que essa situação inusitada seja uma boa introdução para falar sobre uma convicção que eu carrego comigo há alguns anos: ao contrário da sabedoria popular, não são os opostos que se atraem. São os semelhantes. São os integrantes da tribo, perdidos na multidão, que acabam se encontrando. Perceba que o rapaz da tatuagem estava buscando semelhantes. Mas eu quero usar este texto para sugerir um outro tipo de busca. Mas primeiro, vamos falar sobre os opostos.
Eu respeito muito os ditados populares. Tem uma frase do Kevin Kelly que diz que é possível alguém estar quase sempre certo usando apenas a sabedoria popular. Ou seja, seguindo o que os antigos repetem, você provavelmente vai se virar razoavelmente bem no mundo. O problema é quando a sua experiência própria parece contrariar algo que todo mundo considera um fato.
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Entendo a ideia da atração de opostos funcionar em casos específicos. Um relacionamento, por exemplo: chega-se ao equilíbrio tendo alguém que acelera (mais instintivo) e outro que freia (mais reflexivo). Tendo um explorador (hunter) e outro que gerencia (farmer). Mas vejo isso como um movimento quase automático na formação de casais ou sócios, por exemplo. Daí sim funciona a atração física (e mágica!) dos pólos opostos – de onde deve ter vindo o ditado popular.
O que eu quero dizer quando falo em buscar semelhantes é um movimento deliberado, propositivo. É algo estratégico. Eu não gosto de dar conselhos (e vou explicar em outro texto o motivo), mas não consigo evitar essa recomendação. Pense comigo: você não sabe exatamente como você é hoje. Você idealiza, em grande parte, as suas melhores características. Mas você sabe quem você quer ser, ou como você quer ser no futuro.
E eu acredito que este seja o movimento ideal da busca de semelhantes: procure pessoas que tenham características que você gostaria de ter. Empreenda uma busca por aqueles que você admira. Essa aproximação é poderosa, pois faz você imitar e emular comportamentos, posturas, hábitos, perspectivas.
Ou seja: semelhante a você é quem você admira – pois é lá, onde essa pessoa está, que você quer chegar também. E esse é o aprendizado de hoje: empreenda uma busca constante e incansável pelos semelhantes. Volto ao tema no próximo texto.
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