Boa parte do mercado brasileiro está otimista com a volta dos investidores estrangeiros no primeiro trimestre deste ano, que resultou na queda da cotação do dólar no país. Mas esse cenário pode mudar com o avanço da campanha eleitoral, alerta a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.
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Ela fez palestra na inauguração do escritório da empresa em Balneário Camboriú no fim da tarde desta quarta-feira. De acordo com Camila, os investidores estão vindo para lucrar no Brasil com ações de commodities na bolsa ou com aplicações da renda fixa porque estão vendo um cenário menos instável na política.
– A leitura que a gente tem é que no final do segundo trimestre e entrada do terceiro, o debate político vai esquentar, promete ser bem polarizado. Ambas as partes vão se pronunciar sobre as reformas que foram feitas, as privatizações que precisam ser feitas, sobre política de preço da Petrobras e isso promete trazer bastante volatilidade. Isso pode, inclusive, prejudicar esse ímpeto do mercado que a gente acompanhou no primeiro trimestre deste ano ( de dólar quase em R$ 4,5) – explica a economista.
Para mostrar que esse cenário de o dólar ficar num patamar mais alto, acima de R$ 5, é bastante provável, ela cita o segundo trimestre do ano passado, quando o Brasil já tinha taxa de juros Selic alta, em 6,5% ao ano, e os estrangeiros não vieram. O que afastou os investidores de fora foram as polêmicas do Auxílio Brasil e do teto de gastos, observou ela. Aos investidores, ela afirmou que agora, com o real apreciado, é o momento de estudar a possibilidade de investir um pouco no exterior.
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Expansão em Santa Catarina
Além da unidade em Balneário Camboriú, a Veedha tem escritório em Florianópolis que, em maio, mudará para novo espaço no Passeio Primavera, polo de tecnologia. No novo espaço, poderão atuar mais de 100 pessoas. Atualmente, são 40 na capital de SC.
O CEO da Veedha, Rodrigo Marcatti, vê grande potencial de crescimento de serviços financeiros no Estado, em especial em Balneário Camboriú e Florianópolis. O escritório de Balneário conta com 25 profissionais e R$ 700 milhões sob custódia. Ele estima R$ 10 bilhões de custódia para a empresa até 2023. Desse montante a ser administrado, de 25% a 30% deverão vir do mercado catarinense.