Além de dificuldades básicas a quem viaja, os engarrafamentos impõem perdas elevadas ao setor de transporte. O custo da hora de uma carreta moderna está em torno de R$ 150 e, quando parada, isso vira prejuízo, alerta o empresário do setor e ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes e Logística de SC (Fetrancesc), Ari Rabaiolli. E o presidente da Fetrancesc, Dagnor Schneider, cobra em nota (veja no fim desta matéria) investimentos urgentes em logística.
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Atento aos prejuízos enfrentados nas estradas, Rabaiolli, atendeu a coluna para falar sobre eventuais custos resultantes da BR-101 totalmente trancada desde sábado à noite, no Morro dos Cavalos, em Palhoça, no litoral de Santa Catarina.
Veja fotos da fila de caminhões na BR-101 interditada
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Segundo ele para se ter ideia do impacto das interdições para uma empresa de transporte, é preciso considerar, entre os custos principais, o do veículo e o do motorista. Uma carreta moderna, com cavalo e carroceria, requer investimento de R$ 1,3 milhão a R$ 1,5 milhão. O salário do motorista está entre R$ 5.000 e R$ 8.000.
Então, o transporte custa R$ 90 e a hora do trabalhador sai por cerca de R$ 60, o que soma R$ 150. Como o motorista trabalha de 08 a 10 horas por dia, a perda de um dia parado fica em torno de R$ 1.500.
Conforme Ari Rabaiolli, esse custo é variável para cada empresa, mas para quem tem os melhores caminhões está nessa média mesmo.
Federação cobra melhorias urgentíssimas
O fechamento total da BR-101 no Morro dos Cavalos, em Palhoça, desde a noite de sábado, gerou filas de 15 quilômetros de engarrafamentos e levou a Fetrancesc a emitir nota crítica, cobrando melhorias urgentíssimas.
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O presidente da federação, Dagnor Schneider, afirmou que a queda de barreiras e o fechamento da estrada mostra a situação angustiante enfrentada mais uma vez pelos catarinenses.
– É lamentável termos de conviver com o descaso de décadas em relação ao maior patrimônio do Estado, que são nossas rodovias. E é frustrante sabermos que as soluções ainda estão tão distantes da realidade. É urgentíssima a necessidade de melhorias, de ampliação da malha viária, da construção de novas vias alternativas e de investimentos constantes em manutenção. Sem isso, continuaremos presos em filas, sem atendimento às necessidades mais básicas do ser humano – alertou em nota a Fetrancesc.
Dagnor Schneider destacou que, além dessa queda de barreiras, o motorista que usa rodovias no Estado enfrenta uma série de outras dificuldades e custos pelos congestionamentos e falta de qualidade das estradas.
Leia a íntegra da nota da Fetrancesc
“Nota oficial
A queda de barreiras na BR-101, no Morro dos Cavalos, em Palhoça, e o consequente bloqueio do trânsito na principal rodovia federal de Santa Catarina revela, mais uma vez, a situação angustiante a que todos os catarinenses estão suscetíveis quando se trata de mobilidade e de infraestrutura rodoviária em nosso estado.
Há motoristas sem acesso à alimentação, sem banheiros e sem local adequado para dormir. Os que resolvem usar a rota alternativa acabam ficando novamente na fila e congestionando outras vias já saturadas, como a BR-282.
Episódios como este demonstram a fragilidade de nossa malha viária a cada precipitação pluviométrica acima do normal. Chove-se muito em Santa Catarina, mas o que realmente está sendo feito para manter a segurança dos motoristas e permitir o amplo desenvolvimento econômico do estado? Rodovia parada é sinal de carga represada e economia estagnada.
Santa Catarina já sofre diariamente com estradas precárias, sem manutenção e sinalização. Quando não são os buracos e o excesso de chuva os vilões, há o trânsito intenso e os congestionamentos, como os da BR-101 Norte.
É lamentável termos de conviver com o descaso de décadas em relação ao maior patrimônio do estado, que são nossas rodovias. E é frustrante sabermos que as soluções ainda estão tão distantes da realidade. É urgentíssima a necessidade de melhorias, de ampliação da malha viária, da construção de novas vias alternativas e de investimentos constantes em manutenção. Sem isso, continuaremos presos em filas, sem atendimento às necessidades mais básicas do ser humano”.
Dagnor Schneider
Presidente da Fetrancesc
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