O governador Carlos Moisés da Silva foi eleito pela ampla maioria dos catarinenses na onda Jair Bolsonaro, que venceu principalmente com discurso de combate à corrupção. Na entrevista coletiva de ontem eu questionei o governador sobre o que a gestão dele vem fazendo para combater e evitar corrupção. Leia a resposta, na íntegra:
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— Na questão do combate à corrupção a gente criou a estrutura de Integridade dentro da administração, que está na proposta da nossa reforma, e a Controladoria também. São dois órgãos que vão trabalhar de forma firme, para olhar para dentro do governo.
Mas eu diria que a corrupção tem muitos vieses diferenciados. Um deles é quando você compra mal. Um exemplo da saúde é muito clássico. Se eu tenho oxigênio para servir o ano inteiro, que o quilo vai custar R$ 900, mas o Estado compra por R$ 1.800, paga o dobro porque alguém faz a entrega. Eu não vou dizer que aquela empresa que faz a entrega é corrupta, mas vou dizer que no mínimo temos um problema de gestão aqui.
Mas em alguns casos, não vou dizer que é esse, há corrupção de atravessadores. Quando você vai comprar algo para você, passa na loja e compra. Posso comprar na loja, mas posso comprar do meu vizinho que oferece pelo dobro do preço e entrega. Eu vou comprar na loja. Isso acontece com o Estado também.
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Essa visão para dentro, de comprar melhor, é combate à corrupção. A visão de trazer o Tribunal de Contas e o Ministério Público para o nosso grupo de discussão de incentivos (fiscais) é combate à corrupção. Não é que alguém tenha se corrompido na hora que concedeu o incentivo em governos anteriores. Às vezes, a motivação daquela empresa não foi acompanhada. Temos conversado muito sobre isso e o Paulo Eli (secretário da Fazenda) tem muita propriedade para falar. Olha, você quer incentivo fiscal, então vai investir R$ 500 milhões em SC em quatro anos e nós vamos acompanhar. Então a empresa diz: vou aumentar minha planta, gerar 300 novos empregos e a minha produção vai amentar em X por cento. Nós acompanhamos e mantemos o incentivo. Agora, se o meu objetivo for ser reeleito, ter caixa dois e pegar o dinheiro dessa empresa sem ela investir nada. Aí é corrupção. Então, combate à corrupção primeiro é ter um governo sério e honesto. Isso vocês têm. Não estou preocupado se vou ser eleito, reeleito, se serei candidato ou não. Eu não quero acerto com ninguém. Vou aplicar (recursos) onde precisa ser aplicado. Isso mudou e as pessoas ainda não acreditam. Um dia elas vão acreditar. O que aconteceu aqui em Santa Catarina, vai servir de modelo para o Brasil. Vamos fazer história. Quem viver verá. Eu espero viver. Será um divisor de águas – afirmou Moisés.