O Instituto de Inovação, Pesquisa, Empreendedorismo e Tecnologia da Universidade Federal de Santa Catarina (InPETU Hub), sediado no Sapiens Parque, em Florianópolis, inicia uma série de projetos com investimentos de R$ 18,7 milhões. A nova fase foi inaugurada sexta-feira, quando o coordenador do instituto, professor Armando Albertazzi, do departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, informou as atividades que serão desenvolvidas para fortalecer a inovação no Sapiens em parceria com a universidade.
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Do total de recursos, R$ 15 milhões estão vindo da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e R$ 3,7 milhões do governo do Estado, dos quais R$ 2,2 milhões por meio do Sapiens e R$ 1,5 milhões da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de SC (Fapesc). O Inpetu Hub ocupa o prédio de 9 mil metros quadrados ao lado da Softplan, feito pela Petrobras para abrigar pesquisas em parceria com a UFSC, plano que foi descontinuado há cerca de 10 anos.
– O Inpetu Hub está sendo concebido como um espaço compartilhado, que vai atender toda a universidade e interagir com o ecossistema de tecnologia e inovação e com a sociedade. Vai abrigar várias atividades e cerca de 200 pessoas trabalharão no instituto inicialmente. Em espaço de pesquisa e desenvolvimento (P&D) serão executados projetos inovadores e, quando finalizados, darão lugar a outros. Além disso, terá atividades de apoio às empresas juniores da universidade e espaços para incubação de empresas – destaca Armando Albertazzi.
No evento de apresentação das atividades do instituto, sexta, além do professor Armando Albertazzi, estavam o presidente da Fundação Stemmer para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (Feesc), professor Luiz Felipe Ferreira; o presidente do Sapiens Parque, Eduardo César Cordeiro Vieira; o vice-diretor do Centro Tecnológico da UFSC (CTC), professor Sérgio Peters; o diretor especial da Feesc, Raul Valentim; o diretor do Sapiens, Eduardo Cordeiro; o gerente regional sul da Finep Bruno Rodrigues; o pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFSC, professor Jacques Mick; o chefe de gabinete da UFSC, professor Bernardo Meyer, que representou o reitor da a universidade, Irineu Manoel de Souza; e o diretor do Centro Tecnológico da institutição, professor Edison de Pieri.
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O Inpetu Hub estava com alguns projetos nos últimos anos, mas com essa parceria com a Finep, inicia fase de maior atividade. Se posiciona como uma das âncoras do Sapiens, a exemplo da Softplan, do centro de pesquisas de proteína cultivada do Grupo JBS, Fundação Certi e Nanovetores.
Na lista de atividades do novo instituto da UFSC estarão projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I), pré-incubação de startups, incubação de startups, laboratório de prototipagem e produção de piloto, espaço de coworking, laboratório de apoio, laboratórios de P&D, espaços privativos, mentoria em ciência, tecnologia e inovação e mentoria empresarial.
Conforme Albertazzi, o instituto terá pelo menos seis prioridades. A primeira é suprir o gargalo na formação de profissionais com maior ênfase para a inovação. Outra prioridade é oferecer um ambiente propício para desenvolver soluções inovadoras.
Nessa lista ele incluiu contar com o diferencial acadêmico de um centro de inovação conectado a uma universidade forte; disseminar a cultura da inovação por meio de prática de ensino e extensão; envolver professores e alunos na solução de problemas da sociedade; e criar uma marca de inovação, ou seja, o plano, com o Inpetu é dar maior visibilidade para a UFSC na área de inovação e empreendedorismo.
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– A UFSC e o Sapiens podem se beneficiar muito mutuamente. A universidade tem muita coisa a ganhar com essa aproximação com as empresas de tecnologia, com as atividades que serão desenvolvidas, inclusive na questão do espaço físico. Hoje, o campus da Trindade está muito apertado e, através de um convênio entre a universidade e o Sapiens, existe a possibilidade de instalar unidades de pesquisa e desenvolvimento da instituição no parque. Isso é muito bom. A universidade também tem no Sapiens o Laboratório Fotovoltaica que faz um excelente trabalho na área de energia – explica Armando Albertazzi.
Na avaliação do professor, para o Sapiens Parque, essa aproximação com a universidade também abre caminhos importantes para acesso a conhecimentos mais recentes, a grupos de pesquisa da UFSC que são fortes e, principalmente, amplia as oportunidades para atrair talentos. Pessoas que são formadas na universidade, que tiverem oportunidade de fazer estágio ou trabalho de cooperação com empresas no Sapiens poderão, mais facilmente, serem contratadas por empresas locais.

Universidade referência
Essa ativação do instituto Inpetu trará ganho para ambas as partes porque o Sapiens Parque e o ecossistema de inovação da região de Florianópolis poderão contar com maior interação com professores, servidores e estudantes de uma das mais conceituadas universidades do Brasil.
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De acordo com o professor Albertazzi, que é doutor em engenharia mecânica pela UFSC com pós-doutorado pelo Instituto de Tecnologia de Illinois, essa abertura da universidade com a área econômica e a sociedade deverá ir além das engenharias. Isso porque muitos outros cursos da instituição podem desenvolver pesquisa e extensão.
Liberação de recursos
De acordo com o coordenador do instituto, esse recurso da Finep foi obtido por meio de um edital e 50% já foi liberado. Também já foram liberadas as contrapartidas do governo estadual – da Fapesc e Sapiens – previstas para esse projeto.
Além disso, o Inpetu aguarda a liberação de R$ 16 milhões da Petrobras para finalizar obras no prédio do instituto. Esse recurso vem de verba da companhia destinada a investimento em P&D, mas depende de uma aprovação da Agência Nacional de Petróleo (ANP), que está sob análise desde o ano passado.
O prédio necessita de instalações elétricas, sistema de refrigeração de ar, troca de piso e outras melhorias. Ele foi concluído por volta de 2012 para sediar pesquisas para a Petrobras nas áreas de gás e energia, mas com a crise que atingiu a companhia em função das denúncias de corrupção, o plano foi abandonado. Em valores atualizados, o edifício já recebeu pouco mais de R$ 30 milhões em investimentos.
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