Quando questionado sobre qual será o impacto do avanço dos veículos elétricos nos negócios da Tupy, indústria de Santa Catarina que é líder mundial em fundição de partes de motores de grandes veículos, o CEO da companhia, Fernando de Rizzo, tem afirmado que a tecnologia teria que ser diferente porque elas precisam de muita energia. No final desta quarta-feira, a empresa revelou ao mercado um projeto que visa encontrar uma solução a esse desafio. Firmou parceria com outras duas gigantes mundiais, a canadense Westport Fuel Systems Inc. (TSX/Nasdaq: WPRT) e a austríaca AVL List GmbH, para desenvolver um motor a combustão interna (ICE) de alta eficiência movido a hidrogênio, voltado ao transporte de cargas.
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Juntas, as três companhias reúnem expertise para avançar em projeto com esse perfil. A Tupy é tradicional fornecedora de blocos de motores com avançadas tecnologias metalúrgicas, a Westport é líder mundial em combustíveis alternativos e tecnologias de transporte de baixa emissão e a AVL é líder em desenvolvimento, simulação e testes para a indústria automotiva. Segundo a companhia catarinense, os primeiros resultados desse projeto devem sair no começo do ano que vem.
O projeto visa combinar tecnologias de fundição, materiais de alta complexidade e a mais nova tecnologia H2 ICE, que usa injeção direta de alta pressão. A opção pela pesquisa com hidrogênio é porque ele parece a alternativa mais promissora para transporte sustentável de cargas. Tanto a AVL quanto a Westport obtiveram êxito em testes recentes com uso de hidrogênio para motores voltados a transporte de carga.
Para Fernado de Rizzo, os conhecimentos que a empresa já reúne, com a colaboração de clientes e universidades permitem a ela ter um papel importante no processo de descarbonização. A busca é por uma solução de transporte carbono-free (sem carbono).
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Conforme o CEO da Westport, David Johnson, a solução HPDI já é utilizada em milhares de caminhões, reduzindo e/ou quase eliminando gases de efeito estufa, com base em uma plataforma de tecnologia comprovada. Na opinião do vice-presidente executivo de Caminhões e Ônibus da AVL, Rolf Dreisbach, com a combinação dos conhecimentos das três empresas, a expectativa é atingir níveis excepcionais de densidade energética e de eficiência nos novos motores.