O discurso de posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teve forte tom político. Isso foi mantido ao falar do que pretende fazer na economia ao reafirmar que vai executar as promessas de campanha, causando apreensão com mudanças sobre preservação ambiental e liberação da comunicação nas redes sociais, via big techs. Também deixou claro que está iniciando uma nova “Era de ouro dos EUA”, com forte reindustrialização do país, acelerada por tarifas para barrar importações.
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O presidente não se importou em contrariar, em parte, interesses de um dos seus parceiros bilionários dessa nova trajetória à Casa Branca, o empresário Elon Musk, dono da Tesla, da rede social X, Space X e Starlink. Diante do ícone global da indústria de carros elétricos, Trump disse que a crise inflacionária veio de gastos elevados com energia.
– Por isso declararei uma emergência nacional de energia. Nós iremos perfurar e perfurar. A América será, mais uma vez, um país industrial e temos algo que nenhum outro país jamais terá: a maior quantidade de petróleo e gás do que qualquer outro país na Terra. Vamos usar esse arsenal. Diminuiremos os preços, preencheremos novamente as nossas reservas estratégicas e exportaremos a energia norte-americana para todo o mundo mais uma vez – disse Trump.
É claro que, além da exploração de petróleo em terra e mar, os Estados Unidos têm tecnologia para explorar gás de xisto (shale gas), que substitui o gás natural e reduz preços do combustível, embora seja energia fóssil.
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Ainda segundo o presidente americano, a indústria automotiva tradicional do país – de carros à combustão – será novamente incentivada. Resta saber se os consumidores, que caíram no gosto dos carros elétricos vão querer comprar esses veículos.
Segundo fontes dos EUA, apesar disso, Musk estaria otimista porque poderá avançar no desenvolvimento de carros autônomos (sem motorista). Em discurso em um dos eventos da posse desta segunda, o empresário, que vai atuar em pasta do governo para redução de custos, festejou o fato de que, com esse governo, os americanos terão mais segurança e poderão conquistar Marte.
– Graças a vocês, o futuro da civilização está garantido. Nós teremos segurança nas nossas cidades, segurança nas fronteiras, gastos sensatos, necessidades básicas e vamos levar tudo isso para Marte – festejou ele que já executou projetos espaciais com a SpaceX.
Na cerimônia de posse, Musk estava ao lado de outros poderosos líderes de big techs: Jeff Bezos da Amazon, Mark Zuckerberg da Meta (dona do Whatsapp, Instagran e Facebook), Tim Cook da Apple, Sundar Pichai do Google e Shou Zi Chew, do TikTok. Em mensagem direta a esse grupo, Trump disse que assinará um decreto para oficializar a liberdade de expressão no país. Isso preocupa a maioria do mundo porque notícias não apuradas, não verídicas, podem gerar transtornos gigantescos.
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Mas as big techs são um mundo a parte na economia dos EUA. São as empresas mais valorizadas nas bolsas de valores, não estão entre as mais geradoras de poluentes e garantem a pujança da renda per capita do país. Como são globais, podem ser mais taxadas onde atuam.
Chamou a atenção a ênfase de Trump ao dizer que uma nova “era de ouro vai começar”. Foram consideradas “eras de ouro” períodos em que os EUA se destacaram na indústria. Hoje, o país tem desenvolvimento tecnológico que pode impulsionar uma indústria mais inovadora em todas as áreas Resta saber se terá líderes para executar isso na prática, além do mundo das big techs.
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