O projeto para instalação de terminal flutuante de regaseificação de gás natural liquefeito, liderado pela multinacional norueguesa Golar Power, o Terminal Gás Sul (TGS), está mais perto de obter licenças para implantação na Baía da Babitonga, no Norte de Santa Catarina. Nos próximos dias, deverá entrar para avaliação da comissão de licenciamento do Instituto do Meio Ambiente (IMA) do Estado para a concessão da Licença Ambiental Prévia (LAP), que pode sair em cerca de um mês. Em dezembro passado, o projeto obteve autorização de instalação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e outras autorizações de órgãos públicos não devem demorar, segundo a empresa que prevê investir US$ 100 milhões no projeto.

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Essa é uma alternativa de oferta de gás natural para o Estado em relação ao Gasoduto Brasil-Bolívia, cujo contrato atual se encerra em dezembro deste ano. O terminal de gás liquefeito permitirá preços mais competitivos e um salto na oferta de gás natural para a Região Sul, especialmente em Santa Catarina. Hoje, a SCGás conta com 2,4 milhões de metros cúbicos/dia para atender o Estado. Com esse terminal, pode ter mais 7 milhões por dia.

Segundo o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Golar Power no Brasil, Edson Real, a expectativa é de que as licenças sejam obtidas em um ano, a instalação seja feita em um ano e em 2021 o sistema já poderá estar em operação. Além de atender a região litorânea por meio do gasoduto já existente, o gás poderá ser levado em contêineres nas cidades do interior, o que fortalecerá a economia de SC. Outro diferencial é a arrecadação de impostos. Em operação, vai acrescentar mais cerca de R$ 150 milhões de ICMS por ano ao Estado, mais de R$ 400 mil por dia.

Sobre a possível sobreposição de localização com um berço do futuro Porto Brasil Sul, o diretor da Golar disse que esse problema não existe. Ele observa que é uma sobreposição mínima, que não impede a realização dos dois projetos de forma independente.

Leilão para térmica

O projeto do terminal de GNL da Golar prevê como âncora uma usina térmica a gás natural da Engie Brasil Energia. A companhia poderá ofertar essa usina no leilão de energia nova A-6 que a Aneel fará dia 26 de setembro. O projeto da Engie é de US$ 600 milhões e prevê uma térmica em Garuva que vai gerar 600 MW. A Baía da Babitonga é o melhor lugar da Região Sul do Brasil para a instalação de um terminal de regaseificação de GNL. É que poderá usar o Gasbol, Gasoduto Brasil-Bolívia, que leva o insumo desde a Bolívia, passando pelo MS, SP, PR, SC e RS.

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Usinas a carvão

Uma novidade para o mercado de energia é que a Engie decidiu separar a venda dos ativos de carvão: o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda e a Pampa Sul/Usina Termelétrica Miroel Wolowski. O presidente da Engie, Eduardo Sattamini, afirma que a empresa está analisando as ofertas recebidas pela Jorge Lacerda, que está em operação, enquanto finaliza as obras da Pampa Sul. Só depois vai retomar a venda dessa nova unidade no RS. Segundo ele, a previsão é que no caso da Jorge Lacerda seja possível fechar um acordo até o final deste ano. A venda da Pampa Sul deve acontecer em 2020.

Energias renováveis

A Federação das Associações Empresariais de SC (Facisc) e o Centro de Profissionalização das Associações Empresariais da Baviera (BFZ), da Alemanha, realizam esta semana seminários sobre energias renováveis em SC e RS. Em SC, os eventos acontecem em Tijucas, Gaspar, Taió e Braço do Norte. No RS, no município de Rolante. Os tipos de gerações de energia serão fotovoltaica, biogás e cooperativas de energia. Quem ministra as palestras são especialistas da Alemanha. Eles também farão visitas a potenciais investidores públicos e privados.

Missão nos EUA

A agenda da missão catarinense aos EUA, com empresários da Acate e da Acif, contou ontem com visita ao festival de tecnologia SXSW, em Austin, no Texas. Além disso, também no texas, será lançado o Floripa Conecta, um evento de tecnologia inspirado nesse americano, destaca Klaus Raupp, que é um embaixador das duas entidades nos EUA. O grupo também vai visitar uma multinacional importante na área de tecnologia, a Dropbox, que é parceira do SC Business Hub, destaca Raupp. A missão de SC é liderada pelos presidentes da Acate, Daniel Leipnitz e da Acif, Rodrigo Rossoni.