O modelo de “produção enxuta” criado pela montadora japonesa Toyota a partir dos anos de 1950 é considerado uma reinvenção da indústria; na última década, a internet permitiu a reinvenção do varejo via e-commerce; e a construção civil, que tem cadeia produtiva longa e desorganizada, está sendo reinventada pela tecnologia. Essa é a visão da equipe do Sienge Plataforma, braço de tecnologia ao setor de construção da Softplan, de Florianópolis. De sistema que deu origem à empresa há 31 anos, o Sienge hoje é líder de mercado, com 4,5 mil clientes no país.
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Acompanhando a tendência do setor de tecnologia, o Sienge se tornou uma plataforma aberta, tipo uma espinha dorsal que conversa com uma série de outros sistemas, aplicativos e ferramentas digitais de construtechs, proptechs, fintechs e outras. O objetivo é fazer integrações desde o planejamento até o pós-venda para melhorar a produtividade do setor. Hoje, são mais de 30 integrações com outros players.
Na avaliação do diretor de Gestão Estratégica e de Mercado do Sienge, Guilherme Quandt, a reinvenção da gestão do setor de construção pela tecnologia já está acontecendo sem que a maioria perceba. As soluções em nuvem permitem agregações que já provocam impactos positivos.
A tecnologia está melhorando processos desde o fornecimento de matérias-primas, até a construção, financiamento e venda de imóveis, observa ele. O país segue com um déficit habitacional de aproximadamente 7 milhões de imóveis, o que indica que é preciso uma nova gestão eficiente para reduzir custos gerais dos imóveis.
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Na lista de obstáculos está o fato de 70% das compras de construtoras serem feitas no varejo e não no atacado, com planejamento, onde pagariam menos pelos insumos. Uma das metodologias que estão organizando parcialmente o setor é o BIM (Building Information Modeling), modelagem de informação que estabelece um padrão construtivo.

Se o setor fosse mais transparente na gestão também teria crédito mais acessível e, no final, os imóveis custariam mais baratos. Para Quandt, uma das empresas que estão conseguindo usar diversas tecnologias nas etapas do negócio é a Viplan Engenharia, de Joinville.
– É uma incorporadora usuária do Sienge que faz a gestão de projeto em BIM, integrando a sua cadeia produtiva através de ferramentas de produtividade que se conectam com a nossa plataforma. Leva isso para o empreendimento e consegue fazer a gestão de venda, com conversão de proposta e contrato e, depois, transfere isso para uma carteira de recebíveis até a entrega das chaves do empreendimento. Veja, que, de certa forma, a integração está acontecendo e mudando o ponteiro da produtividade – avalia o executivo.
Softplan cresce 31% em 2021
A Softplan, que além de oferecer tecnologia para a construção civil também atua com sistemas nas áreas de Justiça e administração pública, encerrou 2021 com crescimento de 31% do faturamento, impactada positivamente pela pandemia.
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Para este ano, a meta é alcançar a mesma média de expansão de forma orgânica e por M&A (fusões e aquisições). Em 2021, a empresa adquiriu o Construtor de Vendas, CRM de Sergipe, especializado em interação com o cliente no mercado imobiliário, que já foi integrado à plataforma.
Como o Sienge é voltado para grandes e médias empresas, a Softplan lançou um sistema novo para construtoras iniciantes e pequenas, que oferece mais praticidade. Trata-se do Sienge Go!, que conta com as principais funções de sistema, mas simplificadas, facilitando a gestão de quem tem que decidir tudo enquanto trabalha no escritório ou nas obras.