A partir de segunda-feira, 1º de julho, entram em vigor as novas tarifas de gás natural em Santa Catarina para o segundo semestre de 2024. Devido à renegociação de contratos e diversificação de empresas fornecedoras, a concessionária SCGÁS conseguiu reajuste menor do que o projetado meses antes. A maior alta será para os consumidores industriais, de 3,06%. Para o consumo comercial a tarifa vai subir 0,57%, o veicular (GNV) terá alta de 0,56% e residencial, de 0,53%.
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Antes das negociações finais, o efeito estimado no preço do insumo chegava a aumento de até 5,07%. O cálculo segue o que está estabelecido no contrato de concessão e é aprovado pela Agência de Regulação dos Serviços Públicos de Santa Catarina (ARESC) e inclui os preços da molécula (do gás natural), do transporte pelo gasoduto e da margem da empresa concessionária, a SCGÁS.
A concessionária conta com diversos fornecedores de gás natural atualmente. Com a Petrobras a SCGÁS tem contratos pelo Novo Mercado de Gás (NMG) no modelo de contrato de portfólio firme, o que significa que a empresa deve retirar o volume contratado mensalmente.
A empresa também tem novos contratos, em que ela não é obrigada a retirar um volume de gás se não tiver demanda. Nesse grupo estão os fornecedores Shell, New Fortress Energy (gás natural liquefeito), EGM Gás, Eneva, Galp, EDGE e MGAS.
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De acordo com o presidente da SCGÁS, Otmar Müller, a única causa da elevação das tarifas foi a sucessiva redução do consumo do gás nos dois últimos anos. Mesmo havendo estabilidade nos gastos da empresa, com a menor quantidade de produto vendido há o aumento do custo unitário. Isso ocorre em qualquer processo empresarial.
A SCGÁS vinha com um consumo médio de gás natural elevado nos últimos anos, acima de 2,2 milhões de metros cúbicos por mês. Mas com a redução da atividade industrial do setor que mais consome, o de revestimentos cerâmicos, devido aos juros altos que afetaram a construção civil, o consumo médio caiu para 1,602 milhão de metros cúbicos em 2023 e subiu para 1,672 milhão de metros cúbicos em 2024.
– Para mitigar o aumento ocorrido, fazemos a revisão dos investimentos e dos gastos operacionais, sempre preservando a segurança e qualidade dos serviços prestados. Atuaremos de forma ainda mais intensa e ousada nos processos de compras de gás. E envidaremos, de forma mais ostensiva e intensa, junto aos órgãos federais pela redução do custo do transporte do gás. E, principalmente, com afinco e criatividade, lutaremos pela recuperação das vendas de volume de gás como em anos anteriores – explicou o presidente Otmar Müller.
GNV é mais barato que combustíveis líquidos
O uso do gás natural veicular (GNV) voltou a ser vantajoso em relação a combustíveis líquidos como etanol, gasolina e diesel. Segundo o engenheiro da SCGÁS, Ronaldo Macedo Lopes, atualmente, em média é 34% mais barato nessa comparação. Para um motorista que roda de 2 mil a 3 mil quilômetros por mês, a economia na conta de combustível pode chegar a R$ 700 mensais.
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Conforme Ronaldo Macedo Lopes, em SC são mais de 107 mil usuários que utilizam gás natural em veículos. O Estado conta, também, com 142 postos fornecedores.
– E quando nós falamos do gás natural veicular, é importante ainda destacar a questão do benefício ambiental. Ele tem um papel muito importante do ponto de vista ambiental porque é um produto amigo da natureza. Tem, dentre os combustíveis fósseis, uma redução de emissão de poluentes na camada de ozônio – explica o engenheiro.
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