A partir do dia primeiro de janeiro de 2021, consumidores de gás natural de Santa Catarina terão que pagar, em média, tarifa 28,32% mais cara pelo insumo. A alta foi definida pela Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc) com base na conta gráfica, que considera custos do gás natural e do transporte.

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Segundo a agência, cada segmento de consumidores terá um reajuste diferente. O setor industrial, que responde por mais de 80% do consumo total do insumo no estado, terá reajuste de 28,51%. Ao setor automotivo, o gás natural veicular terá alta de 30,17%; para o consumidor residencial o aumento será de 13,43%; e o consumidor comercial pagará 16,60%.

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Apesar do reajuste ser alto, os preços vão ficar parecidos com os praticados no início do ano passado. Isso porque eles tiveram uma redução expressiva em julho devido à queda do preço do petróleo no mercado internacional em função da pandemia. No primeiro semestre, o barril do petróleo chegou a cair para 15 dólares e, agora, voltou para 50 dólares. E a Petrobras, que é a fornecedora do gás consumido em Santa Catarina pelo Gasbol, anunciou um reajuste de 33% no preço do insumo em novembro. A alta cotação do dólar também influenciou.

O maior reajuste será para o gas natural veicular. Mesmo assim, pelos cálculos da SCGas, a majoração para o novo ano será de 5,36%. Santa Catarina tem, atualmente, mais de 108 mil carros movidos a gás natural.

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Ainda sobre a mudança de preço, Santa Catarina se destaca por ter uma das tarifas de gás natural para indústrias mais baratas do Brasil. Segundo o presidente da Càmara de Energia da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), Otmar Müller, com esse novo reajuste, o estado deixa de ter a tarifa mais barata para o setor industrial e fica atrás da Bahia. Mas segue com preço mais acessível do que São Paulo.

Apesar disso, o empresário lembra que o Brasil continua com uma das tarifas de gás natural mais caras do mundo. A expectativa é de que comece a ficar mais barata com a entrada em vigor da nova Lei do Gás, que depende da aprovação na Càmara dos Deputados no próximo ano. 

Mas, apesar do insumo ser caro frente ao mercado internacional, é considerado uma fonte de energia das mais limpas e muito desejada no estado. De acordo com a SCGás, o aumento do consumo de gás natural na pandemia surpreendeu em SC. Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), em setembro, as vendas do insumo no país tiveram uma retração de 29,2% do consumo e, Santa Catarina, a SCGás apurou aumento de 6,9% frente ao mesmo mês de 2019. 

No estado, a indústria tem puxado o consumo este ano, com crescimento de 10% até setembro frente ao mesmo período do ano anterior. Foram conectadas mais 40 indústrias para o uso de gás natural. Assim, a companhia chegou a 300 clientes industriais usuários do gás natural. 

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