O setor da construção civil é um dos que exigem atenção especial no desenvolvimento de softwares por envolver elevados volumes de insumos e focar obras físicas. Uma das novas tecnologias para o setor é a plataforma ConstruCode, pioneira na digitalização de projetos para canteiros de obras. Outra é a Construweb, de Jaraguá do Sul, que inclui planilhas de gestão.

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O engenheiro civil Diego Mendes, fundador e CEO da construtech, explica que a difusão de informações via QR code nas obras, substituindo projetos impressos, reduz em 90% o uso de papel, traz ganhos de qualidade, financeiros, ambientais e de horas trabalhadas.

A ConstruCode é uma das startups da Trutec, ecossistema de tecnologia para construção da Vedacit, indústria de impermeabilizantes fundada há 86 anos, em São Paulo, pelo catarinense de Blumenau, Otto Gustav Baumgart. Foi o projeto Vedacit Labs, de inovação aberta, realizado em 2018, que motivou o hub de tecnologia que hoje reúne seis startups, incluindo a Construflow, Agilean, Construct IN, Elixir.AI e James Tip.

Diego Mendes fundou a ConstruCode em 2018 na Bahia. Logo foi convidado e aceitou participar do Vedacit Labs. A mudança para São Paulo facilitou a oferta da solução para as grandes construtoras do país.

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– Quando começamos no Vedacit Labs tínhamos de 30 a 40 clientes usando o programa. Saímos com 85 e, agora, estamos com mais de 1.500 – destaca Diego Mendes.

Segundo ele, a ideia de digitalizar informações para canteiros de obras surgiu porque todas as construtoras tinham que investir de R$ 4 mil a R$ 5 mil por mês em papel para manter a comunicação fluindo no canteiro de obras por meio de projeto impresso. Isso também dá muito trabalho.

A solução criada por ele foi digitalizar projetos e compartilhar para todas as pessoas nos canteiros de obras por meio de QR Corde. Assim, com um celular simples ou tablet, todo trabalhador pode acessar as imagens. Segundo ele, a solução deu certo e continua sendo aprimorada, ganhando cada vez mais inteligência artificial. Para o empresário, essa digitalização também é um exemplo de que todo trabalhador que usa celular pode acessar tecnologia mais avançada.

Outro diferencial foi o ganho de tempo. Sem ter que transportar e manusear grandes projetos impressos, boa parte das equipes passaram a gastar menos tempo para trabalhar, o que significa duas horas a menos por dia, um dia a menos por semana. Essa digitalização também automatiza o controle de revisões de documentos, reduz erros de compreensão e permite a troca de informações mais rapidamente.

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Entre as empresas de Santa Catarina que usam o ConstruCode está a Dimas Empreendimentos, de Florianópolis. Em São Paulo, de cada 10 grandes construtoras, oito já usam a startup, diz o CEO. Nesse grupo estão o Grupo Kallas, Cirela, Tecnisa, Braskem e Engeform. Um dos primeiros clientes foi a Odebrecht.

Para ilustrar impactos na área de sustentabilidade, a equipe da ConstruCode gosta fazer comparações. Informa, por exemplo, que uma obra pode gerar até 120 mil impressos, o que daria para revestir de papel o estádio do Pacaembu, de São Paulo. Ou que com o uso de QR Code, é possível evitar o corte de 34 árvores que seriam usadas para fabricar papel. No ano passado, a startup foi avaliada em R$ 42 milhões e projetou dobrar de tamanho este ano.

Entre as novas startups que estão surgindo com objetivo de levar tecnologia aos canteiros de obras e está também a Construweb, de Jaraguá do Sul, que inclui planilhas para orçamento, monitoramento de equipes e equipamentos. A Construweb é uma das plataformas aceleradas pela Spin, também de Jaraguá, aceleradora pioneira do país de startup+indústria, soluções que envolvem software e hardware.