A startup de Florianópolis AsQ, que atua no segmento de saúde e bem-estar, decidiu crescer e mudar de nome. E o CEO da empresa, Guilherme Hahn, escolheu revelar essas novidades na tarde desta terça-feira (25) na Expogestão em Joinville. Segundo ele, a nova marca da empresa é Salvia – Saúde Corporativa e ela acaba de adquirir startup do Paraná especializada em ergonomia e saúde ocupacional por R$ 5,9 milhões.
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Guilherme Hahn explica que a Salvia tem como público-alvo empresas de médio e grande porte que têm uma dor em comum: fazer a gestão da saúde dos colaboradores, que são peça fundamental no crescimento das organizações, sem comprometer a própria saúde financeira.
Nesse movimento após quatro anos como AsQ, a empresa também está mudando o conceito de atuação, que passa a unir saúde ocupacional e saúde assistencial. Guilherme Hahn detalha essas mudanças em entrevista exclusiva para a coluna. Leia a seguir:
Qual é o propósito da Salvia?
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– Desde o segundo trimestre de 2023 começamos a ouvir com frequência manifestações de empresas de diversos segmentos que enfrentavam dificuldades na gestão dos gastos com seus programas de saúde. Vimos que podemos ajudá-las a superar esses desafios se oferecermos uma solução completa, que inicia ainda no exame admissional e acompanha a jornada do colaborador por todo o tempo na empresa.
Esse trabalho exige padronização de procedimentos, acompanhamento próximo das pessoas, uso intensivo de tecnologia para gestão de dados e outras ferramentas que ajudem as empresas a gerirem da melhor forma o benefício que oferecem aos colaboradores.
Nosso propósito é “cuidar de pessoas que transformam negócios”. Acreditamos que ao oferecer um cuidado integral e contínuo, podemos não apenas melhorar a saúde e o bem-estar dos colaboradores, mas também impactar positivamente o desempenho e a sustentabilidade financeira das empresas.
Que desafios são esses que as empresas enfrentam para oferecer saúde aos seus colaboradores?
– Gestores de recursos humanos têm cada um a sua dor quando o assunto é a saúde dos colaboradores. Mas um problema é comum a todos: a necessidade de garantir a qualidade na oferta do serviço com custos sob controle. O plano de saúde é a opção prioritária das empresas e passa por pressões importantes desde o arrefecimento da pandemia do coronavírus.
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Nos últimos anos, os gastos com planos de saúde cresceram de forma importante, com reajustes anuais que comumente ficam acima dos dois dígitos e pressionam o caixa das organizações. A saída não é abandonar esse benefício, mas buscar racionalizar os gastos.
Acreditamos que há espaço para projetos que controlem e diminuam a sinistralidade (relação entre o total pago pelos planos por procedimentos cobertos e as receitas obtidas com os beneficiários), o que vai refletir em reajustes anuais menores.
Isso vai permitir que as empresas mantenham o benefício com custos sob controle e previsíveis ao longo do tempo. Parece um paradoxo, mas a nossa crença é de que a redução desses gastos se dá pela oferta de mais saúde – e nunca menos.
Na criação da Salvia, adquirimos, por R$ 5,9 milhões, a Saúde Work, consultoria especializada em saúde ocupacional e ergonomia criada em 2011. Isso vai reforçar nossa atuação desde o momento da entrada do funcionário, durante o exame admissional, quando é possível levantar dados completos do indivíduo, estruturar planos de ação com foco em saúde e organizar toda a documentação necessária para atendimento à legislação trabalhista.
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Um exemplo é ilustrativo. Identificados no exame inicial, colaboradores hipertensos podem ser incluídos em um programa de atenção que vai estimular hábitos saudáveis e monitoramento constante para evitar complicações que poderiam comprometer a saúde do indivíduo e gerar despesas extras.
Estruturar esse trabalho é possível com tecnologia de informação e acompanhamento periódico dos funcionários. Ao mesmo tempo, é preciso dar atenção ao espaço de trabalho, promovendo um ambiente e práticas mais saudáveis.
Uma ferramenta que passaremos a usar permite uma análise térmica com registro do calor irradiado pela pele, o que acelera a identificação de disfunções ou estados patológicos (o início da reação do organismo a um movimento ou postura que pode causar uma LER, por exemplo).
Feito esse diagnóstico, é possível criar planos preventivos. A prevenção e a atenção constante são essenciais para diminuir as despesas com saúde nas organizações.
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O plano de saúde é uma opção que tende a perder espaço?
– Não. O plano continua sendo uma ferramenta importante para muitas empresas e de grande valor para colaboradores. No entanto, o que precisamos é uma abordagem mais integrada e proativa na gestão da saúde dos funcionários.
Acreditamos que o plano de saúde pode (e deve) ser complementado por outras iniciativas, tais como a gestão integrada de Saúde Ocupacional e ações preventivas.
Ao utilizar essas abordagens, conseguimos não apenas controlar, mas também reduzir os custos associados à saúde, mantendo a qualidade e a abrangência dos serviços oferecidos.
As empresas que contratam planos de saúde precisam atuar como protagonistas nessa gestão. Isso implica na necessidade de implementar programas de prevenção, promover hábitos de vida saudáveis, e utilizar tecnologias avançadas para monitorar e acompanhar a saúde dos colaboradores de forma mais próxima e contínua.
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Quando se fala em redução de gastos com saúde, a impressão geral é que haverá diminuição na qualidade ou abrangência dos serviços. Tem como evitar que o controle de custos prejudique os trabalhadores beneficiados por programas de saúde?
– Isso é essencial. A experiência mostra que reduzir a abrangência dos serviços gera perdas para todos. As empresas sofrem com a alta do absenteísmo e dos afastamentos provocados por problemas de saúde e pode ser afetada por processos trabalhistas ou fiscalizações.
O sistema de saúde – privado ou público – também “sofre” quando precisa atender complicações de casos que poderiam ser controlados ou evitados com medidas preventivas.
As corporações precisam incorporar rapidamente a preocupação com a atenção integral, o monitoramento e a adoção de programas estruturados de saúde para manter um ambiente adequado de trabalho e, ao mesmo tempo, preservar a saúde dos seus indicadores financeiros.
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