Quem não ouviu falar que determinada região teve que deixar de plantar batata, cenoura, tabaco, algodão ou outro produto devido a fungo que afeta as plantas? Em 2018, diversos produtores rurais do Sul de SC tiveram que deixar de plantar tabaco devido ao fungo Sclerotinia sclerotiorum, conhecido como mofo branco. Mas uma pesquisa científica com diversas parcerias encontrou solução e o plantio foi retomado.
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Forte na produção de tabaco, o litoral Sul de SC, que sedia unidade da multinacional Alliance One, viu a cultura regredir em função dessa doença nas plantas. Ao invés de desistir, a empresa buscou uma solução científica que conseguiu recuo expressivo do problema e a volta do plantio.
A empresa, que tem centro global de pesquisas, desenvolvimento e difusão de tecnologias no Rio Grande do Sul, buscou apoio para resolver o problema. A solução veio do Instituto Phytus, que tem à frente o professor Ricardo Balardin, PhD em patologias de plantas pela Michigan State University, dos Estados Unidos.
O pesquisador mostrou a agricultores como funciona a doença nas plantas e uma parceria com a empresa Koppert, de São Paulo, permitiu o uso do produto à base de Trichoderma, outro fungo que tem efeitos benéficos. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC (Cidasc), responsável pela sanidade vegetal e animal em SC, também colaborou.
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Foi criado um pacote de procedimentos que incluiu uso de cloro agrícola, adubação verde com gramíneas (capim sudão e braquiária) e manejo de solo para plantio. Assim, está sendo possível reduzir de forma expressiva a incidência do fungo. Dessa forma, diversas famílias de agricultores que atuam como integradas da Alliance One puderam voltar a plantar tabaco no Sul de Santa Catarina.
Uma dessas famílias é a de Tiago e Márcia Cardoso. Na última safra, de 2022-2023, eles conseguiram colher 15 mil toneladas de tabaco no município de São João do Sul. Eles ficaram motivados porque há cinco anos eles não imaginavam que poderiam voltar a atuar com tabaco. Afinal, tentaram de tudo para enfrentar o mofo branco, mas não conseguiram.
– Tudo o que tinha no mercado (para combater a esclerotinia) nós usamos. Tentei usar esses produtos por quatro ou cinco anos, mas parei. Era como colocar dinheiro fora porque não resolvia. Cogitei parar de plantar – revelou Tiago Cardoso.
Para o gerente de Área Produção de Tabaco da Alliance One, Gilberto Jasiocha, a parceria entre órgãos públicos e privados foi fundamental para encontrar a solução.
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– A estratégia realizada pela equipe de Produção de Tabaco foi envolver o maior número de parcerias públicas e privadas possível na estratégia de controle da doença. O apoio da Cidasc foi fundamental. Algumas cooperativas locais foram convidadas e aderiram a nosso apelo pela continuidade da produção, ajudando na venda de Trichoderma e manejo da cultura – destacou Jasiocha.
A metodologia encontrada nesse trabalho de parcerias está impulsionando o tabaco novamente na região e pode ser adotado também nas outras culturas que estão sendo afetadas pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum.
Para este 23 de outubro, data em que é comemorado o Dia Nacional do Plantio Direto, notícias sobre pesquisas postivas com uso de defensivos naturais são animadoras para a agricultura brasileira.
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