A Softplan, de Florianópolis, desenvolvedora de softwares para gestão pública, construção civil e Justiça, anunciou a compra da Projuris, legaltech de Joinville, líder nacional em sistemas para departamentos jurídicos e escritórios de advocacia no país. Com faturamento de R$ 50 milhões e equipe de 250 pessoas, a Projuris ajudará a elevar a receita bruta da Softplan para R$ 580 milhões a R$ 590 milhões este ano, uma alta superior a 35% frente a 2021. A companhia também chega a 2,4 mil colaboradores e a 8 mil clientes.
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De acordo com o CEO da Softplan, Eduardo Smith, a empresa tem uma presença forte na área jurídica do setor público e há bastante tempo estudava entrar fortemente no segmento privado. A Projuris permitiu isso pela tecnologia e portfólio de clientes, com destaque para grandes grupos como Cielo, BTG Pactual, BMW, Mercedes, Celesc e Copel. Na lista estão 56 empresas de capital aberto do Brasil.
Essa foi a terceira aquisição da companhia de Florianópolis em 2021 e a primeira com 100% do capital. No mesmo ano, também comprou o controle acionário da Checklist Fácil e do Construtor de Vendas. O negócio, cujo valor não foi revelado, foi assinado na semana de Natal, mas só divulgado agora.
– A gente identificou a Projuris como o principal ativo para entrar de forma mais forte nesse mercado com uma aquisição. Ela é líder de mercado em software para departamentos jurídicos e também tem um braço para escritórios de advocacia. É uma empresa com 30 anos de atuação, mas que cresceu mais nos últimos 10 anos, quando assumiu esse protagonismo. Acreditamos que a partir da base da Projuris a gente vai fazer outros movimentos na área jurídica privada e continuar crescendo como um braço fundamental da Softplan – disse Smith.
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Incluindo projetos para crescimento orgânico e aquisições, a Softplan fechou 2021 com investimentos superiores a R$ 100 milhões. Conforme Smith, para este ano, a companhia, que está capitalizada, poderá investir o mesmo ou até mais, dependendo das oportunidades que surgirem. Um dos focos serão as aquisições e fusões em áreas de interesse onde já atua.
A Projuris integrará a Softplan, mas seguirá com gestão autônoma, liderada pelos atuais sócios. Dos nove, oito atuam na empresa, incluindo o CEO Sérgio Cochela. Ele afirma que o negócio aconteceu da forma em que ambas as partes almejavam. Pelo acordo, eles seguirão liderando a Projuris nos próximos três anos e, depois, poderão continuar mais se preferirem ampliar essa participação.

– A gente tem clientes grandes que têm o Projuris não para cuidar de processos cíveis e tributários. Eles têm para fazer a gestão dos seus contratos, procurações, decisões. O mercado é muito grande e a gente tem muito a explorar ainda – afirma Cochela.
A qualidade das soluções da Projuris, numa área ainda pouco explorada pelo mercado de tecnologia, é que abre portas em empresas de todos os portes. Ela conta com 18 módulos que incluem gestão de processos judiciais, gestão de imóveis, registros de marcas e patentes, assinatura eletrônica e outras áreas.
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Conforme Cochela, um dos destaques é a inteligência artificial para identificar processos judiciais de empresas e para leitura de peças de interpretação de texto. Normalmente, a Projuris consegue identificar e localizar com rapidez e maior precisão os processos que envolvem empresas.
Esse novo negócio entre duas empresas de tecnologia de Santa Catarina é mais um exemplo da evolução do setor no Estado. A Softplan, com 31 anos, adquiriu agora a Projuris, que foi fundada em 1989 (32 anos) por Gabriel Scherem, também em Florianópolis. Depois, foi transferida para Joinville onde, em 2012, se fundiu com a Software Expert, empresa de ex-executivos da Datasul, que foi vendida em 2008 para a Totvs.
Cochela conta que eles participaram de todo o processo de IPO (abertura de capital) da Datasul na bolsa e, depois, a empresa fez fusão com a Microsiga, formando a Totvs. Depois, eles criaram uma empresa para vender sistemas da Datasul, essa que comprou a Projuris quando essa faturava R$ 1 milhão. Por isso, um dos pontos fortes do negócio é a capacidade de venda, que somou R$ 50 milhões em 2021.