Com objetivo de conquistar mais espaço na digitalização do setor de construção, o Grupo Softplan anuncia a aquisição da Prevision, de Florianópolis, líder nacional em planejamento e eficiência de obras. A construtech já integra a plataforma Sienge da Softplan, que tem mais de 4 mil clientes de todo o país.
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O valor do negócio não foi revelado, mas segundo o CEO do Grupo Sotplan, Eduardo Smith, o investimento faz parte do montante que deverá ser destinado para M&A este ano, da ordem de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões, a exemplo de anos anteriores.
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Essa é a oitava aquisição da Softplan, que projeta faturamento de R$ 760 milhões para este ano, 30% mais do que em 2022, quando alcançou R$ 586 milhões. O crescimento no ano passado chegou a 37% frente a 2021.
– A gente vem fazendo uma série de investimentos em aquisições de empresas, complementando nosso portfólio. Uma das estratégias é adquirir soluções que complementem a nossa oferta de produtos para a indústria da construção. O Sienge é o principal ERP do mercado. A gente tem uma série de parceiros conectados ao Sienge, que melhoram a qualidade dos serviços aos nossos clientes. E a Prevision era um dos principais parceiros – destaca Eduardo Smith.
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Pelo fato de ambas empresas serem de Florianópolis e parceiras, o empresário disse que conhece bastante a história da Prevision, dos seus empreendedores e o serviço que prestam ao mercado. Por isso foi fácil decidir sobre a aquisição. As negociações foram principalmente ao longo do segundo semestre do ano passado.
– Na jornada de obras do Sienge plataforma, somos o maior cliente. Essa integração acontece há mais de três anos anos e 60% dos clientes da Prevision são da base Sienge – explica a cofundadora e CEO da Prevision, Paula Lunardelli.
Segundo ela, as expectativas de mercado são positivas porque o setor da construção, por ser um dos mais atrasados do mundo na adoção de digitalização, está investindo mais em tecnologia. No ano passado, a Prevision cresceu 80% e projeta para este ano avançar 50% em faturamento. No grupo de clientes estão construtoras como a Koerich, RDO, Lumis, Alphaville, Cury e BN Engenharia.
– O problema de atraso e de custo acima do planejado é bastante conhecido em obra de qualquer porte. A Prevision atua em construtoras e incorporadoras. A gente, basicamente, ajuda a empresa a ter mais eficiência, reduzindo desperdício e otimizando a alocação de recursos para que ela tenha ganho de prazo e redução de custos – explica ela.
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As estatísticas mundiais e do Brasil apontam que o setor da construção é o penúltimo na adoção de digitalização. Em média, 75% das obras atrasam e mais de 70% acabam com custos acima dos estimados, observa Paula Lunardelli.
A exemplo de outras aquisições da Softplan, além de produtos, a equipe também passa a integrar o grupo. A CEO e os dois outros sócios seguem à frente do negócio e os quase 100 colaboradores são incorporados à empresa, que tem cerca de 2,5 mil colaboradores.
O Sienge plataforma integra o conjunto MultiSaaS (softwares como serviços virtuais) do grupo, que também atua com transformação digital, especialmente ao setor público. No ano passado, o Grupo Softplan faturou R$ 249 milhões na área de MiltiSaaS, 88% mais frente a 2021.
Para este ano, a projeção é de que chegue a R$ 420 milhões. Somente a vertical de construção deverá responder por aproximadamente 25% do faturamento do grupo.
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Outros negócios
Com mais de 30 anos de atuação, o Grupo Sothplan atua em dois segmentos. Um é de transformação digital ao setor público, com grandes clientes e grandes contratos, especialmente na área de Justiça.
O outro segmento é o de negócios MultiSaaS, onde estão as verticais de construção civil; sistemas para departamentos jurídicos privados; e eficiência e produtividade, onde está o Checklist Facil.
Conforme Eduardo Smith, diferente de grandes grupos de tecnologia, como as Big Techs dos Estados Unidos, que estão reduzindo seus quadros de pessoal, o Sothplan segue investindo, crescendo e contratando mais pessoas.
– A gente está crescendo muito, temos feito investimentos regulares. Não temos uma super folga no pilar de pessoas. Então, a gente não vê necessidade de fazer ajuste no quadro de colaboradores. Estamos sempre necessitando contratar. A gente está incorporando agora os 100 colaboradores da Prevision. É mais uma linha de produtos e precisamos de pessoas para dar continuidade a esse negócio que vai crescer dentro da Softplan – afirma o CEO.
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Na avaliação dele, os grandes grupos americanos que estão fazendo demissões estavam com quadro de pessoal acima das suas necessidades. Eles não têm problemas de caixa, apenas estão fazendo readequação do número de pessoas pensando nas necessidades futuras.
É uma realidade diferente do mercado de SC, onde as empresas têm quadros ajustados e enfrentam dificuldades para encontrar pessoas qualificadas quando necessitam fazer contratações.
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