Novas lojas de supermercados ‘pipocaram’ em Santa Catarina no ano da pandemia, quando as pessoas tiveram que ficar mais em casa e ampliaram a média de consumo em estabelecimentos do setor. Estimativas da Associação Catarinense de Supermercados (Acats) apontam que os investimentos realizados em 2020 por empresas do setor, no estado, em novas lojas e em reformas, superaram R$ 1 bilhão, indicando uma das maiores expansões da históira do setor.
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Os dois presentes mais desejados neste final de ano
Redes de todos os portes trouxeram novidades para oferecer mais conforto aos consumidores, além de terem ampliado as vendas online, em alguns casos acima de 100%. Elas também executaram projetos de investimentos previstos, que já vinham em ritmo forte em função do avanço do atacarejo.
A cifra superior a R$ 1 bilhão é uma estimativa da Acats porque a maioria das empresas é familiar e prefere não divulgar valores investidos. Para se ter ideia do ritmo de expansão, em apenas sete dias da última quinzena do ano foram quatro inaugurações de novas lojas na região litorânea do estado: dia 16 o Grupo Koch inaugurou um Komprão em Gaspar; a rede Giassi abriu unidade dia 17 em Itajaí; o Angeloni inaugurou loja dia 21 em Florianópolis e o Fort Atacadista abriu nova unidade dia 22 em Navegantes.
Chama atenção o fato de Santa Catarina ter cerca de 3,4% da população brasileira, mas responder por 7,3% das vendas de supermercados do Brasil, em faturamento, conforme dados de 2019 da Abras. Isso acontece pela atuação de algumas empresas em outros estados, maior poder de compra do consumidor de SC pela alta empregabilidade e forte presença de turistas no estado. A Acats conta com 1,4 mil empresas associadas, três das quais entre as 20 maiores do Brasil. Levantamento parcial da coluna aponta que o setor abriu em 2020 pelo menos 25 novas lojas que geraram mais de 4 mil empregos diretos.
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Em ritmo acelerado
O Grupo Pereira, que atua com as bandeiras Fort Atacadista e Comper em SC, executou todos os projetos de investimentos previstos para 2020 no estado. Quinto maior grupo do setor no Brasil segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a empresa familiar de Itajaí atua em diversos estados brasileiros e tem sede oficial em São Paulo. Este ano, inaugurou cinco lojas em SC, somando investimento de R$ 240 milhões. As novas unidades foram em São Bento do Sul, Florianópolis, Blumenau, Itajaí e Navegantes.
Mas o ano ainda não acabou e o grupo vai estrear mais um projeto no estado: começa segunda-feira (28), o serviço de e-commerce do Fort Atacadista em Florianópolis, que atenderá o Norte da Ilha e parte do Centro, adianta o vice-presidente Comercial e de Marketing do grupo, João Pereira. Para o ano de 2021, a companhia abrirá mais quatro lojas no estado, com investimentos da ordem de R$ 160 milhões a R$ 180 milhões. No país, serão R$ 280 milhões, com plano de entrar em mais dois estados, além dos seis onde está presente atualmente.
– Entre empregos diretos e indiretos vamos abrir perto de 1.500 vagas em Santa Catarina no próximo ano – prevê João Pereira.
Avanço com novas lojas
A expansão das redes catarinenses, em 2020, foi principalmente com a abertura de novas lojas. A rede Angeloni, maior empresa do setor supermercadista com sede em Santa Catarina segundo a Abras, inaugurou três novas lojas em SC este ano. Instalou unidade na Rua Bocaiúva, Centro de Florianópolis no primeiro semestre e, agora, abriu unidade na SC-401, junto à rede de materiais de construção Balaroti, também na Capital. O Angeloni estreou também em Porto Belo, com a primeira loja da rede às margens da BR-101, inaugurada em novembro, numa localização próxima do centro de distribuição da companhia. Para o próximo ano, vai investir em unidade no Centro da Capital, junto a um empreendimento imobiliário.
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A rede Giassi, que pelo ranking da Abras é a segunda maior com sede no estado, investiu em duas grandes lojas em Santa Catarina em 2020. A recém inaugurada em Itajaí leva a bandeira Giassi e a outra com a bandeira de atacarejo Combo, foi aberta em Içara. Para 2021, a empresa fundada por Zefiro Giassi vai investir em mais duas unidades, uma Giassi em Florianópolis e Combo Atacadista, em São José.
O Grupo Koch, de Tijucas, terceiro maior do estado pela Abras, que atua com as redes SuperKoch e Komprão (no atacarejo), abriu cinco novas unidades em 2020. Estão baseadas nas cidades de Timbó, Blumenau, Gaspar, Brusque e Bombinhas. Em média, o grupo investiu R$ 20 milhões em cada loja. A última, da Komprão, foi inaugurada em Gaspar dia 16 de dezembro.
Outra grande rede catarinense, a Bistek, inaugurou três unidades no ano. Uma em Forquilhinha, São José, na Grande Florianópolis, em julho, e duas no Rio Grande do Sul. A nova loja de Porto Alegre abriu dia 2 deste mês, e a de Torres, dia 17. Os investimentos no ano somaram cerca de 80 milhões. A empresa adiantou que planeja seguir investindo no estado vizinho, com abertura de seis novas lojas nos próximos anos.
Aposta maior em atacarejo
Entre as empresas que diversificaram, criando rede de atacarejo, a maioria está investindo mais nesse segundo formato, com foca preço mais acessível. É o caso do Grupo Mundial Mix, da Grande Florianópolis, que opera três redes supermercadistas, a Brasil Atacadista, Imperatriz e Imperatriz Gourmet. Neste ano, inaugurou duas unidades do Brasil Atacadista, uma em Palhoça e outra em Itajaí, enquanto a rede Imperatriz inaugurou uma unidade em Florianópolis. A Imperatriz Gourmet também do grupo, abriu novas unidades no final de 2019.
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A Rede Top, de Blumenau, avança com a marca Preceiro Atacadista. Este ano, inaugurou loja em Camboriú. De São Miguel do Oeste, a rede Vipi Supermercados, que atua também no Paraná, lançou a sua rede de atacarejo este ano. Denominada Bonno, abriu a primeira loja em São Miguel. A empresa Celeiro, de Chapecó, abriu nova loja em maior na cidade.
Além de investimentos catarinenses, empresas de fora também avançam em SC. Um exemplo é a paranaense Condor, que já está em Joinville, Jaraguá do Sul e Mafra. Em maio, abriu em Joinville moderna unidade com investimento de R$ 40 milhões.
Essa expansão acelerada em números de lojas ainda têm fôlego em Santa Catarina. Mas, no médio prazo, tudo indica que os investimentos serão maiores em serviços, com ênfase para vendas online. Isso porque a demanda de supermercado é considerada inelástica, isto é, não sobe de forma exponencial se os consumidores estão atendidos.