Empresas de tecnologia da informação de Santa Catarina informam que até o final deste ano e 2023 vão gerar 16.612 novos empregos diretos, dos quais 9.303, o equivalente a 56%, serão para desenvolvedores de softwares. Este é o resultado de pesquisa inédita sobre oportunidades de trabalho realizada pela Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) e apresentada em live da entidade na noite desta segunda-feira.

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De acordo com o presidente da Acate, Iomani Engelmann, o levantamento mostrou que até o final de 2021 serão 4,5 mil novas vagas, em 2022 serão criadas 5,3 mil e em 2023, o total previsto é de 6,6 mil novas vagas.

A pesquisa apurou que o maior número de vagas está sendo aberto na Grande Florianópolis, e, na sequência, no Norte do Estado. Nos três anos previstos, a região de Florianópolis vai necessitar de 7.445 novos profissionais, o Norte do Estado indicou necessidade de 4.631. Na sequência vem o Oeste de SC com 1.661 vagas, Planalto Serrano 1.318, Vale do Itajaí 1.065 e Sul do Estado, 492.

Os dados mostram o crescimento acelerado de vagas para programadores de sistemas, considerando apenas as empresas específicas de tecnologia. Mas a demanda por esses profissionais em Santa Catarina é bem maior porque empresas de todos os outros setores, em especial grandes indústrias voltadas à tecnologia, têm departamentos próprios de desenvolvimento de sistemas e também contratam esses profissionais.

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Iomani Engelmann observa que a pesquisa da Acate reflete o cenário de retomada do mercado de trabalho do setor, em fase considerada de recuo da pandemia. Ele destaca que o salário médio inicial do profissional na área é de R$ 3 mil, cerca de três vezes a média paga pela indústria. Isso faz diferença para as famílias. O grande desafio do setor é encontrar profissionais qualificados, experientes em programação.

– É fundamental o apoio de todos – Governo, empresas, entidades e academia – para formação desses profissionais – disse o presidente da Acate, ao defender uma jornada diferente de formação ao setor.

Na pesquisa, foram entrevistadas 228 empresas de tecnologia das diversas regiões do Estado. A extrapolação dos dados contou com a colaboração de professores da Universidade Federal de Santa Catarina. O maior número de vagas foi indicado para as carreiras de desenvolvedores Full Stack, Back-end e Front-end, depois vieram as vagas para analistas de serviços/suporte TI e analista de negócio.

 Cristiane Iata, Head de Talentos da Acate, o presidente Iomani Engelmann e o vice-presidente de Talentos, Moacir Marafon
Cristiane Iata, Head de Talentos da Acate, o presidente Iomani Engelmann e o vice-presidente de Talentos, Moacir Marafon (Foto: Reprodução)

Uma informação importante é que o setor não exige graduação para ser desenvolvedor de sistemas. Basta saber fazer o trabalho, ser ágil, ter experiência na área e domínio de linguagem de programação. Formação acadêmica e domínio de inglês aparecem no final da lista de 10 habilidades necessárias.

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Um dos obstáculos para ter profissionais suficientes na área é a alta desistência nos cursos de tecnologia. Levantamento aponta que somente 11% terminam a graduação nessa área, em Santa Catarina. Segundo o vice-presidente de Talentos da Acate, Moacir Marafon, o setor oferece oportunidades de carreira promissora e inclusão social. Por isso, há diversas iniciativas para ampliar a formação na área, algumas delas com a participação do governo do Estado.

A própria Acate desenvolve o programa DEVinHouse, em parceria com o Senai SC e empresas do setor. Este ano deve ser iniciada a formação de 225 profissionais.