Empresas do setor de tecnologia de Santa Catarina geraram no mês de abril 1.249 novos postos de trabalho, o segundo maior número do país para o período, ficando atrás somente de São Paulo, que criou 3.309 vagas. No primeiro quadrimestre do ano, o setor criou em SC 4.117 novas vagas, enquanto no mesmo período de 2020, em função da pandemia, fechou 248. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram levantados pelo Observatório Acate, da Associação Catarinense de Tecnologia.

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Após fechar com perdas de vagas em novembro e dezembro do ano passado ainda dentro do sobe e desce causado pelos impactos da crise sanitária, o setor de TI catarinense alcançou resultado positivo este ano desde janeiro, quando abriu 656 postos de trabalho. Em fevereiro foram 786, março 1.430 e em abril os 1.249.

Considerando as atividades dentro do setor, a que mais abriu vagas em abril, 539, foi a de serviços de tecnologia da informação. Em segundo lugar, veio a fabricação de máquinas, aparelhos e material elétrico com 413 novos postos de trabalho e a prestação de serviços de tecnologia da informação abriu 186 vagas.

– Para nós, num momento de crise, mostrar a geração de empregos é muito importante para que a gente consiga projetar ainda mais o setor que, além de ser importante pelo faturamento das empresas, emprega bem e paga bem – afirma Iomani Engelmann, presidente da Acate.

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Segundo ele, um grande desafio continua sendo a falta de profissionais qualificados ao setor, em especial desenvolvedores. O empresário informa que a entidade está trabalhando em várias iniciativas junto com as empresas para financiar formação e a expectativa é de que no segundo semestre, sejam oferecidos cursos com apoio do setor público, tanto na esfera municipal, quanto na estadual e federal. Isso porque a falta de trabalhadores qualificados é o maior gargalo do setor.

Para obter esses dados, a Acate fez uma apuração especial junto ao Caged. Ela levantou que Florianópolis, sede do maior polo de TI do Estado, ofereceu o maior número de vagas do setor no quadrimestre, 1,4 mil. De cada 1 mil novas vagas na cidade, 850 foram em TI. Os segmentos de tratamento de dados e hospedagem na internet foram os que mais empregaram na cidade: 800 postos de trabalho.

Na avaliação do vice-presidente de Talentos da Acate, Moacir Marafon, o grande desafio do setor de tecnologia, tanto em SC, quanto no país e no mundo, hoje, e ter profissionais qualificados para atender a demanda necessária. Por isso, para ele, é algo que precisa ser enfrentado de forma coletiva, incluindo os setores privado e público, incluindo as instituições de ensino. Alguns programas já estão em andamento. 

Entre os obstáculos do setor está a grande procura por programadores. Alguns desses profissionais estão sendo disputados inclusive no exterior, para trabalhar em home office. Os trabalhadores que ingressam no setor em SC têm salário médio inicial de R$ 2,6 mil. 

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