O projeto Constelação Catarina, que prevê o desenvolvimento, produção e lançamento de nanossatélites, inicialmente com objetivos de vigilância para eventos climáticos e agricultura, avançou mais um passo nesta sexta-feira. Foi formalizado na Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) o acordo entre o Instituto Senai de Tecnologias Embarcadas e a Agência Espacial Brasileira (AEB) para a execução do projeto que visa lançar dois ou três artefatos até o final do ano que vem. O projeto tem parceria também com a Universidade Federal de Santa Catarina e apoio do governo do Estado.
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O evento de hoje contou com a participação do presidente da AEB, Carlos Moura, e do diretor Cristiano Trein, que estão fazendo uma série de visitas técnicas em instituições e empresas parceiras em Florianópolis.
Essa iniciativa nasceu como desfio para tentar prevenir eventos climáticos extremos como o ciclone bomba do dia 30 de junho do ano passado, que passou em vários pontos e deixou a metade do Estado sem luz. A bancara catarinense, numa articulação do deputado federal Daniel Freitas (PSL), decidiu destinar R$ 5 milhões de verbas federais a esse projeto e os recursos já chegaram.
Segundo o diretor de Governança Espacial da AEB, Cristiano Trein, inicialmente, os artefatos vão prestar serviços para a defesa civil de Santa Catarina, mas outros estados podem participar do projeto. Isso porque esse programa espacial é voltado a todo o Brasil. Além de informações sobre clima e agricultura, os serviços podem ser ampliados para outros setores, entre os quais energia.
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O projeto Constelação Catarina prevê 12 nanossatéiltes, nos tamanhos 2U e 3U (dois quilos e três quilos, respectivamente). Os modelos 2U serão feitos em laboratório na UFSC e o de 3U, no Instituto Senai. Os três primeiros já estão em desenvolvimento e deverão estar prontos para serem lançados ao espaço no segundo semestre de 2022.
Além desse projeto, também está em desenvolvimento no Instituto Senai de Florianópolis o nanossatélite da empresa Visiona, uma parceria entre a Embraer e a Telebrás, que terá tamanho 6U.
Para Santa Catarina esses projetos significam o início do desenvolvimento de mais um setor de tecnologia de ponta, no estado da arte. A avaliação é de que o ecossistema de inovação do Estado tem essas soluções e o que faltava era a demanda. Esses projetos criaram a demanda. Mas na avaliação de Cristian Trein, o setor de tecnologia pode participar mais, desenvolvendo sistemas e aplicativos para que as informações de satélites cheguem até as pessoas que necessitam delas para tomar decisões.