Depois de um dia de polêmicas por causa de recuos, o Senado aprovou no final da tarde desta quarta-feira a tributação de 20% para importações de até US$ 50, conhecida como “taxa das blusinhas. A proposta integra o Projeto de Lei (PL) 914/2024 do programa Mover, relatado pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL). Entidades empresariais divulgaram novos dados, com alertas sobre os riscos de não taxar esses importados que chegam aos milhares no Brasil.

Continua depois da publicidade

Siga as notícias do NSC Total pelo Google Notícias

Entidades empresariais nacionais e estaduais voltaram a divulgar notas alertando sobre o risco do desemprego e cobrando medidas do senado. Nesse movimento, estão a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação Nacional do Comércio (CNC), Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Associação Brasileira das Indústrias Têxteis e de Confeções (Abit).

Com um vídeo intitulado “Não é só uma blusinha”, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) alerta que se essas compras seguirem sem taxação poderão fechar no Brasil 800 mil empregos e afetar 3,2 milhões de pessoas. Isso é muito emprego, principalmente de mulheres, que ganham até dois salários-mínimos por mês, argumentou a federação.

No vídeo, a Fiesc alerta também que se seguirem sem tributação, as compras vão somar este ano R$ 15 bilhões, resultado de uma média de 527 mil remessas por dia. No período de dezembro a março, foram 64 milhões de pacotes que vieram para o Brasil. Os setores mais afetados são têxtil, confecções, calçados, cosméticos e higiene pessoal.

Continua depois da publicidade

Nesta quarta-feira à tarde, quase 30 entidades empresariais divulgaram uma nova nota conjunta alertando sobre os riscos de não tributar as compras de até US$ 50.

– As plataformas internacionais estão recolhendo apenas 17% de ICMS, ante um pacote de impostos de até 90% pagos pelas empresas brasileiras. A taxação de 20% seria apenas o primeiro passo rumo à igualdade, mas ainda não solucionaria a grande diferença. Sem essa alíquota, conforme consta no texto proposto pelo senador Rodrigo Cunha, a competição torna-se impraticável – alertaram as entidades na nota.

Também na mesma comunicação, as entidades alertam que esse privilégio concedido às plataformas internacionais é um desestímulo a quem investe, produz, vende e gera empregos no Brasil.

– A rigor, é um convite explícito às empresas brasileiras para que fechem suas portas aqui e se transfiram para o exterior, para que consigam benefícios tributários similares aos dos sites estrangeiros de e-commerce, colocando em risco 18 milhões de empregos e milhares de empresas. Logo, o relator, Rodrigo Cunha, infelizmente, com seu relatório, se coloca como defensor da política de zero emprego, zero investimento, zero renda, zero impostos no Brasil e ao contrário, defensor de geração de investimentos, empregos e renda na China, verdadeiro absurdo quando defendido por um parlamentar brasileiro – escreveram as entidades para o senador Rodrigo Cunha.

Continua depois da publicidade

Leia também

Confederação sugere pacto pela liberdade econômica em todos os municípios

WEG entra no Top Five das empresas com maior valor de mercado da Bolsa

Associação Catarinense de Imprensa capta recursos para o Memorial da Comunicação

PL da reforma propõe imposto de herança sobre previdência privada aberta