Entre os desafios da crise gerada pelo novo coronavírus estão o crescimento do consumo em geral, a alta do dólar e a consequente inflação nos alimentos. O aumento de 128% nos preços de mercado de milho e soja de março até outubro deste ano no Brasil mostra uma realidade difícil de administrar, que está gerando crise na produção de proteína animal e vai resultar em alta no custo de vida dos brasileiros.

Continua depois da publicidade

> Quer receber notícias por WhatsApp? Inscreva-se aqui

O que poderia evitar, de forma permanente, problema assim seria um eficiente programa nacional de segurança alimentar, mas o país não conta com isso, diferente de outras nações, que têm programas que funcionam.

O Brasil tem a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), elaborada em 2015 por uma dezena de ministérios, mas com um foco mais na oferta de alimentação saudável à população de menor renda. Esse modelo não funcionou na pandemia. E tem, também, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que deveria ter estoques reguladores para atender, em fases de menor oferta, tanto a alimentação de pessoas, quanto de animais para a produção de carnes.

> Milho e soja 128% mais caros sufocam a avicultura. É hora de taxar exportações?

Continua depois da publicidade

O Brasil precisa de uma agência de segurança alimentar que use a inteligência de mercado para a formação de estoques de consumo anual de grãos. Não dá para exportar além do que pode e tentar importar depois. É muito mais caro e pouco inteligente para um país que é grande produtor de grãos. O Brasil precisa armazenar alimentos com qualidade. Se não estrutura para isso, deve criar uma solução com o setor privado ou cobrar uma taxa nas exportações de grãos para construir armazéns de alto padrão, já incluindo sistema de congelamento para prevenir micotoxinas.

> Alimentos pressionam inflação de Florianópolis, que sobe 0,34%

Mobilidade elétrica e energias renováveis

Instituto da Indústria, inaugurado pela FIESC
Instituto da Indústria, inaugurado pela FIESC (Foto: Fiesc/Divulgação)

A indústria catarinense conta com mais uma instituição voltada à pesquisa e desenvolvimento. A Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) inaugurou quarta-feira, em Jaraguá do Sul, o Instituto da Indústria para mobilidade elétrica e energias renováveis, que leva o nome de Eggon João da Silva, um dos três fundadores da WEG, empresa do município que é referência mundial no setor.  

> Empresa de software de SC é vendida para grupo italiano por R$ 100 milhões

A nova unidade, que recebeu investimento de R$ 6,8 milhões, oferece formação em mobilidade e tração elétrica e energia solar. Também fará pesquisas e consultoria nesses segmentos. Além do presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, participaram da inauguração a viúva de Eggon, Laura Augusta da Silva, o filho Décio da Silva, e mais algumas autoridades. A WEG é uma das líderes em propulsão elétrica para mobilidade.

Gestão do futuro

Um dos alertas feitos na Expogestão Digital 2020 para líderes empresariais envolve concorrência no pós-pandemia. O especialista em digital branding, Márcio Coelho, disse que os varejistas precisam investir na transformação digital para acelerar as vendas.

Continua depois da publicidade

– Automatizando o máximo possível as decisões operacionais, o que resulta em ganhos de produtividade, precisão, segurança, padronização e redução de custos, entre outros benefícios – ensinou o especialista, para quem as tecnologias facilitam ao consumidor mudar de fornecedor.

> Empresas de SC estão entre as 150 melhores para trabalhar no Brasil

Hackathon online

O Instituto Federal de Santa Catarina – campus de Florianópolis inova ao promover o FloripaHack, um Hackathon online visando soluções de conservação de energia para o setor de supermercados. O evento é aberto a estudantes, pesquisadores e todos interessados em oferecer uma inovação nessa área estratégica, que envolve insumo de alto custo. A iniciativa é junto com o Sebrae e a Prefeitura de Florianópolis, por meio do programa Geração Z. As inscrições vão até dia 6 de novembro e envolvem a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

> Vacathon mostra inovações do mercado de laticínios no Brasil

Covid-19 e crise

O temor de que uma nova onda do novo coronavírus afete a economia mundial antes da chegada de vacinas começa a se tornar realidade. O avanço da doença na França, que gerou a decretação, quarta-feira, de lockdown em todo o país, e na Alemanha, com isolamento parcial, derrubou as bolsas mundiais, indicando que as economias não estão livres de mais recessão. Em Santa Catarina, há crescimento de casos que, se não for revertido, pode levar a mais isolamento e crise. A economia local está aquecida, mas os setores que ainda não voltaram à plena atividade podem sofrer ainda mais e precisar de mais ajuda.

> Com novo aumento de casos de coronavírus, SC passa a marca de 12 mil contaminados ativos

Ônibus por aplicativo

O uso da tecnologia para reduzir custos é bem-vindo, mas não está fácil para o segmento de ônibus por aplicativo se estabelecer no mercado brasileiro em função das restrições e da pandemia. A Buser, de São Paulo, briga com a agência reguladora paulista para poder concorrer em serviços de linhas regulares de ônibus. A 4bus, de Santa Catarina, acaba de conseguir autorização para oferecer serviços de transporte empresarial. Agora, poderá fazer fretamentos específicos para indústrias e outras empresas para transportar trabalhadores no estado. A evolução é devagar.

Continua depois da publicidade

> Ônibus com tecnologia contra coronavírus começa a circular em Florianópolis