Santa Catarina fechou setembro com desempenho econômico ainda impactado pelos juros e inflação altos no mercado interno e cenário difícil no exterior. De três setores econômicos acompanhados pelo IBGE, dois tiveram retração e um teve crescimento frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais.

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O Estado alcançou em setembro o quarto melhor resultado do Brasil nas vendas do comércio, em volume, frente ao mês anterior. No varejo restrito, cresceu 1,8% e no varejo ampliado, que inclui materiais de construção e veículos, o crescimento chego a 1,6%. Também no varejo ampliado, o Brasil cresceu 0,2%. Ainda considerando o varejo ampliado, no acumulado do ano SC cresceu 2,6% e em 12 meses, avançou 2,2%.

As maiores altas no comércio em setembro, comparado com setembro do ano passado foram nos setores de veículos e peças (13%), equipamentos e materiais para escritórios (13%), hipermercados e supermercados (9,5%), eletrodomésticos (8,5%) e produtos farmacêuticos (5,9%).  

As maiores quedas foram em livros jornais e revisas (-34%), móveis (-14,4%), materiais de construção (-4%), combustíveis e lubrificantes, (-2,8%).

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Serviços recuam

Em setembro, o setor de serviços do Estado teve retração de -0,5% em volume na comparação com o mês anterior. O resultado foi um pouco abaixo do alcançado pela média nacional, que ficou em -0,2%.

Mas nas outras comparações, os dados foram positivos. O setor cresceu 1,7% em volume frente a agosto de 2022, teve alta acumulada de 9,2% no ano e de 8,2% em 12 meses.

Entre os grupos apurados frente ao mesmo mês do ano passado, os serviços para as famílias tiveram alta de 10,7%, serviços de informação e comunicação subiram 1,1%, os transportes cresceram 3% e os outros serviços tiveram alta de 7,4%. O grupo de serviços profissionais, administrativos e complementares caiu 4,7%.

Quem teve resultado positivo também foram as atividades turísticas, que cresceram 6,2% em setembro frente ao mês anterior, maior que a média do país, que cresceu 1,5%. Frente a setembro do ano passado, o setor cresceu 12,7%, no ano 7,9% e nos últimos 12 meses, 9,8%.

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Produção industrial

No mês de setembro, a produção industrial de Santa Catarina teve leve retração de -0,2% na comparação com agosto. Esse resultado ficou parecido com o da média do Brasil, que teve crescimento de 0,1%. Em ambos os casos, pode-se concluir que o resultado foi uma estabilidade.

No acumulado do ano, até setembro, a produção industrial catarinense acumula queda de -2,6% enquanto o Brasil tem queda de -0,2%. Nos últimos 12 meses, a indústria de Santa Catarina acumulou retração de -3,1% enquanto a do Brasil ficou no 0,0%. Depois de longo perído de resultados negativos em função do impacto dos juros altos, a indústria de SC está melhorando gradativamente.

Os setores que cresceram em setembro na comparação com o mesmo mês do ano passado foram máquinas, aparelhos e materiais elétricos (21,9%), produtos de borracha e plásticos (11,5%), alimentos (5,5%), produtos químicos (5,0%) e produtos de metal (4,6%).  

As maiores quedas em setembro na comparação com setembro de 2022 foram na produção de móveis (-27,6%), confecções (-10,3%) e minerais não metálicos (-6,4%). Também tiveram retração têxteis (-4,8%), papel e celulose (-4%), veículos e reboques (-2,9%), máquinas e equipamentos (-0,7%) e produtos de madeira (-0,6%).  

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Expectativas positivas

Como o Brasil está num ritmo de atividade maior e o último trimestre do ano sempre tem maior crescimento, as expectativas são de resultados melhores nesses três setores econômicos. Prova disso foi o salto na arrecadação do Estado em outubro, conforme dados divulgados pela secretaria de Estado da fazenda.

A arrecadação estadual teve crescimento nominal de 16,9% em outubro e chegou a R$ 3,9 bilhões. O crescimento real (descontada a inflação de 5,19% nos últimos 12 meses) alcançou 11,2%.

Além disso, tem em novembro a Black Friday, início de vendas para final do ano e férias. Também impactam positivamente melhor desempenho da agropecuária e investimentos em infraestrutura em estradas e energia, conforme apurou o Observatório Fiesc.  

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