SC tem 566 mil trabalhadores com renda de até 1 salário mínimo, 71,6% mais que em 2021

Santa Catarina encerrou o primeiro trimestre deste ano com crescimento de 71,6% no número de pessoas que recebem renda real (descontada a inflação) de até 1 salário mínimo em comparação com o mesmo período de 2021. Em números absolutos, foram 566 mil trabalhadores com essa renda de até R$ 1.212, somando 235 mil a mais do que no mesmo trimestre de 2021.

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Os dados são da pesquisa Pnad Contínua do IBGE e foram analisados pelo economista Vicente Loeblein Heinen, do Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (Necat), da Universidade Federal de Santa Catarina. Essa renda menor é registrada mais no segmento informal e resulta, principalmente, da alta da inflação, que no ano passado subiu 10,1%. Com carteira assinada, o salário mínimo em SC é de R$ 1.416 este ano.

A pesquisa mostra também que a proporção de trabalhadores do Estado com renda de até R$ 1.212 chegou a 15,1%, a maior desde 2013, num universo de 3,99 milhões de trabalhadores. O valor é insuficiente para manter uma família, principalmente no atual patamar inflacionário.

Mas os dados da Pnad mostraram também o número de trabalhadores com renda nas faixas intermediárias, entre 2 e 5 salários mínimos, cresceu 12% no primeiro trimestre frente ao mesmo período de 2021. O destaque foi para o emprego na indústria. A faixa entre 2 e 3 salários mínimos teve um acréscimo de 132 mil novas vagas.

Outra análise feita pelo economista do Necat foi sobre a renda geral do catarinense. No primeiro trimestre deste ano, os trabalhadores do Estado tiveram um rendimento médio de R$ 2.944, o que significa queda real de 7,4% frente ao mesmo período de 2021. Se comparada com o período pré-pandêmico, o primeiro trimestre de 2020, a renda média real do catarinense também ficou menor em 2,4%.

Essa retração de renda teve duas causas principais, a inflação alta e também o maior número de pessoas em busca de trabalho em 2021, após período de reclusão durante o primeiro ano da pandemia.

Santa Catarina segue com falta de trabalhadores e a menor taxa de desemprego, em 4,5% no primeiro trimestre. Mesmo assim pode ser difícil ao trabalhador aumentar a média de renda porque o Banco Central elevou novamente os juros para reduzir a atividade econômica para conter a inflação.