Para ter profissionais suficientes para atender as necessidades da indústria, Santa Catarina terá que qualificar 802,9 mil trabalhadores até 2025. Desse total, 649,9 mil necessitarão de cursos de atualização porque já têm formação ou estão inseridos no mercado de trabalho. Mas 152,9 mil necessitarão de formação inicial para o setor. É isso que mostra o Mapa do Trabalho Industrial, estudo feito pelo Observatório Nacional da Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta segunda-feira pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).

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O maior número de vagas demandadas em Santa Catarina, 173.856, será para áreas transversais, isto é, que podem ser em diversos setores. Entre os exemplos estão as funções de técnico em segurança de trabalho, técnico de apoio em pesquisa e para metrologia. Em segundo lugar vem o setor têxtil e vestuário, com demanda para 121.509 profissionais, seguido por metalmecânica com 108.776, e logística e transporte com 89.604 vagas demandados (veja raking abaixo). 

As estimativas são feitas para alertar sobre demandas de profissionais e embasar o planejamento de formação de pessoas, especialmente do Serviço Nacional da Indústria (Senai), que qualifica profissionais ao setor. Como Santa Catarina tem um contingente um pouco acima de 800 mil pessoas trabalhando na indústria de transformação – cerca de 34% dos empregos formais do Estado -, o estudo indica que praticamente todos os trabalhadores terão que se qualificar. A única exceção é para quem vai se aposentar.

– O mercado de trabalho passa por uma transformação provocada pelo uso de novas tecnologias e por mudanças na cadeia produtiva. Por isso, é necessário investir em qualificação e aperfeiçoamento para que os profissionais estejam atualizados – afirma o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar.

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O estudo apurou também o tipo de qualificação necessária e apontou que a maioria, 437.013 trabalhadores vão necessitar de formação com menos de 200 horas. Na sequência, 198.072 vão necessitar de mais de 200 horas de formação. Além disso, 118.082 necessitarão de formação técnica e 49.752, de formação superior.

Essas estimativas mostram que a maioria das vagas são para atuar na produção industrial, que são aproximadamente 74% do total de postos de trabalho na indústria brasileira. Mas, segundo o Observatório, há um crescimento da oferta para ocupações de nível técnico e superior.

No caso de curso superior, as maiores demandas por formação são para analisas de tecnologia da informação. Nesse caso, SC vai precisar formar 1.542 e aperfeiçoar a formação de 11.115 profissionais. Para gestão de produção, será preciso graduar 634 profissionais e aperfeiçoar a formação de 4.028. Na área de gerência de comercialização e marketing, será preciso formar 573 em graduação e aperfeiçoar formação de 3.798.

Segundo o diretor de educação e tecnologia da Fiesc, Fabrizio Machado Pereira, a indústria oferece oportunidades em diversos segmentos, mas a demanda maior é para as carreiras voltadas à engenharia, tecnologia e ciências, o que o mercado internacional chama de carreiras STEM.

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Demandas por formação continuada e total

Áreas Demanda de trabalhadores

Transversais 173.856

Têxtil e vestuário 121.509

Metalmecânico 108.776

Logística e transporte 89.604

Alimentos e bebidas 69.262

Construção 63.264

Madeiras e móveis 28.291

Tecnologia da informação 28.077

Eletroeletrônica 20.970

Gestão 19.568

Nível de qualificação

– Formação em menos de 200 horas: 437.013 profissionais

– Formação em mais de 200 horas: 198.072 profissionais

– Nível técnico: 118.082

– Superior (graduação): 49.752

Total de trabalhadores a qualificar: 802.919