Os catarinenses foram surpreendidos nesta quinta-feira com a comunicação de nova mudança de titular na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE). A governadora em exercício, Daniela Reinehr, nomeou Ricardo Gouvêa, ex-secretário de Agricultura, para o lugar de Luciano Buligon. É a sétima troca de titular da pasta em dois anos e três meses de governo e acontece a cerca de uma semana da votação do impeachment do governador afastado Carlos Moisés. A posse será nesta sexta-feira, junto com a do novo secretário adjunto da pasta, o lojista de Joinville José Raulino Esbiteskoski.

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A quem interessa tanto troca-troca na secretaria que representa o setor econômico do Estado? Essas mudanças constantes não são justas com a economia mais eficiente do país e com a população catarinense que faz esse desenvolvimento, gera os impostos que pagam esses custos. É caro demitir e contratar pessoas e o Estado perde por não ter representatividade estável numa secretaria estratégica.

Apesar dos governos e seus problemas, a economia catarinense é a melhor do Brasil. Diversos indicadores mostram isso, mas o que melhor resume essa eficiencia é a taxa de desemprego, a menor do país há muitos anos. Fechou 2020 em 5,3%. Isso mostra que a economia catarinense é a que consegue oferecer bem-estar e dignidade a um maior percentual de pessoas.

O Estado alcança isso pela economia diversificada, pela sensibilidade dos empresários em gerar mais empregos e pela capacidade de trabalho das pessoas de mais de 50 etnias que habitam Santa Catarina.

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Antes dessa mudança de Buligon para Gouvêa, a pasta de desenvolvimento foi ocupada por Lucas Esmeraldino, Celso Lopes Albuquerque Junior (por duas vezes), Rogério Luiz de Siqueira e Henry Uliano Quaresma. Mudanças constantes também geraram críticas em governos anteriores. Nos oito anos de gestão de Raimundo Colombo e Eduardo Moreira, as mudanças ocorriam na Secretaria de Estado de Turismo. Entre os que asssumiram a pasta naquele período estão César Souza Junior, Felipe Mello, Beto Mrtins, Leonel Pavan e Tufi Michreff.

A instabilidade na Secretaria de Desenvolvimento resulta em dificuldades para finalizar projetos e iniciar novos. A maior perda para a economia do Estado é a demora para a instalação dos 13 centros de inovação, o mais audacioso projeto da pasta, lançado pelo então secretário Paulo Bornhausen em 2013, no governo de Colombo. Hoje são 15 centros, dos quais nove estão implantados, quatro em obras e dois ainda em projeto.

As frequentes trocas na pasta, além de outras, agora, como as realizadas na Secretaria da Fazenda, com a saída de Paulo Eli e entrada de Rogério Macanhão, e na Santur, com a substituição de Leandro Mané Ferrari por Eduardo Loch, mostram que os interesses políticos do governo de plantão se sobrepõem aos interesses de todos os catarinenses.

Os governantes deveriam encontrar outras formas de fazer campanha, sem atitudes que prejudicam o desenvolvimento econômico. A promoção política deveria ser alicerçada em resultados da gestão que desenvolvem, com dados sobre a melhoria da qualidade de vida das pessoas e da economia.

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