Produzir e exportar itens de alta tecnologia é o sonho de todas as economias, mas não é fácil chegar lá. Santa Catarina, com indústria diversificada, vem conquistando espaço nesse segmento, mesmo diante da pífia participação da indústria brasileira nas vendas externas de itens de maior valor agregado. Análise feita pelo Observatório Fiesc, da Federação das Indústrias do Estado, apurou que em fevereiro SC alcançou o maior volume de produtos de alta tecnologia para o mês desde 2012. As vendas externas no período alcançaram US$ 808 milhões, 27,5% mais do que em fevereiro de 2021.

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O produto líder em faturamento desse grupo foi o motor elétrico, com venda mensal de US$ 47 milhões, 108,6% mais do que no mesmo período de 2021. Outros destaques foram partes e acessórios para veículos, pigmentos industriais e Tall oil (óleo resultante da polpação química de madeiras de pinho), apurou a economista do observatório, Mariana Correia Guedes.

O Tall oil é usado em diversos produtos industriais, como tintas, solventes e linóleo. SC também se destaca na exportação de produtos de nanotecnologia, como nanopartículas usadas em cosméticos. Entre os mercados compradores estão a Europa e até o Irã. No grupo de produtos mais tecnológicos estão ainda máquinas com automação embarcada, iates, eletrodomésticos e peças de precisão, entre outros.

Na avaliação do presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, os resultados de fevereiro mostram que o industrial catarinense está atento à necessidade de investir em tecnologia e inovação. Segundo ele, essa é a chave para o desenvolvimento e a competitividade, o que se reflete nas exportações de produtos de maior valor.

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As proteínas, mais uma vez, em fevereiro lideraram o faturamento das vendas externas. As carnes de aves e suína responderam por 24,6% do total da receita de exportações. Mas os dados da Secretaria de Comércio Exterior confirmaram o que os líderes de agroindústrias têm informado: o mercado externo está menos comprador de carne suína, que tem registrado preços em queda e redução de volume adquirido pela China.

As agroindústrias estão constatando que o gigante asiático, após anos de surto de peste suína africana, está recuperando o plantel e, por isso vem comprando menos e pagando menos. O setor busca outros mercados. Um deles é o do Canadá, que anunciou, há poucos dias, a abertura para a carne suína de SC. Isso foi possível porque o Estado é livre de aftosa sem vacinação.