Nestes dias que antecedem o fim do ano, o setor de veículos elétricos e eletrificados em Santa Catarina está com pressão extra para vendas porque na virada do ano começa a voltar o imposto de importação. Segundo a Associação Brasileira de Veículo Elétrico (ABVE), SC é o terceiro maior mercado do país, só atrás de São Paulo e Rio de Janeiro. O mercado catarinense tem mantido essa posição este ano.
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A entidade informa que entre janeiro e novembro foram vendidos 5.290 veículos eletrificados (elétricos, híbridos e plug-in) em Santa Catarina, o que representa crescimento de 94% em relação ao mesmo período de 2022. Em São Paulo foram 27,2 mil e no Rio de Janeiro, 5,8 mil.
Como a chegada de mais marcas de elétricos no país, com preços menores acelerou vendas, isso preocupou os fabricantes de veículos à combustão. Eles sugeriram ao governo frear as importações e foram atendidos.
Por isso, a partir de janeiro, até 2026, será retomada, gradualmente, a taxação de 35% do imposto de importação. Para veículos de carga, por ter produção no Brasil, voltam 20 pontos percentuais do imposto em janeiro os demais 15 em julho de 2024. No caso de automóveis de passeio, o aumento será gradual, por semestre, até 2026.
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Por isso, concessionárias que atuam com importados estão com elevada demanda agora e devem seguir assim até o final do ano. E para 2024, essas empresas estão buscando alternativas, dentro do possível, para não transferir toda essa carga tributária ao consumidor final.
O Grupo Dimas, de Florianópolis, que atua com as marcas GWM, Volvo e Ford em SC, é um dos que definiram medidas para não passar todo o imposto aos clientes. Outro é a Fever, que atua no país com venda e locação de veículos elétricos para logística de última milha.
– Nós seguimos políticas integradas com cada uma das montadoras para conseguir absorver, ao menos, parte da cobrança ou alinhar outros benefícios que possam suavizar os reajustes – revela Ricardo Dimas, diretor do grupo.
Segundo ele, a Volvo Cars Brasil decidiu repassar somente 7,7% dos 12% de tributação que entram agora. Por isso, um lançamento, por exemplo, o EX30, terá reajuste somente de 5%. No caso dos modelos XC40 e o C40, que são híbridos, o reajuste será de 10%. Os veículos GWM estão chegando este ano, por isso sem imposto ainda.
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A Fever, que atua como montadora por importar o triciclo elétrico RAP, da China, e o caminhão Alkè, da Itália, também registra alta demanda agora em concessionárias parceiras. Para o ano que vem, o CEO da empresa, Nelson Füchter Filho, diz que a Fever vai baixar um pouco a margem dela para não transferir toda a tributação para os clientes. Questionado se tentou importar mais até o fim do ano, antes do imposto, ele disse que não foi possível.
– Não conseguimos importar mais em dezembro, infelizmente. A muita movimentação frete a marítimo por onde vem nossos veículos subiu bastante, cerca de 30% no último mês pela alta demanda – explicou Füchter.
Na movimentação de cargas FOB, o exportador paga custos até o produto estar no navio. Depois, é com o importador. Assim, a tributação é adotada quando o produto chega em porto brasileiro.
– Apesar da volta da tributação, nós continuamos otimistas e estamos mantendo nossas projeções para os próximos quatro anos. Reduzimos a nossa margem e a rede de concessionária está otimista pelos segmentos que atuamos e a proposta inédita de logística – observa Füchter.
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