O Mapa Startup+Indústria, elaborado e divulgado na Expogestão, em Joinville, pelas empresas de tecnologia Spin e A2C, mostra que Santa Catarina é líder nacional em densidade de startups com soluções voltadas ao segmento industrial.
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O Estado aparece com 30% da representação total, ou seja, o percentual de startups com ações para indústrias em relação ao número de habitantes. O resultado desse ranking é semelhante ao geral de statups, elaborado e divulgado em outubro do ano passado pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups).
Nesse novo levantamento divulgado nessa terça-feira, São Paulo ficou em segundo lugar com 29% e o Rio Grande do Sul em terceiro lugar com 8%. O mapa apurou que o Brasil conta com 295 startups com soluções para indústrias, baseadas em 81 cidades de 22 Estados. Desse total, 23% atuam fora do Brasil e 51% têm clientes somente nas Américas.
As cidades do país com maior número de startup-Indústria são a Capital paulista e São José dos Campos, em São Paulo. Entre as soluções oferecidas, 20% são para redução de custos ou perdas, 18% voltadas à eficiência operacional e 13% focam o aumento de vendas e de atividades.
A pesquisa apurou ainda que apesar de terem soluções para indústrias, apenas 8% das startups receberam investimento de empresas desse setor. Sobre capital humano, 39% têm mulheres em cargos de direção e 76% dos colaboradores integram a faixa etária de até 30 anos.
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Alerta para empresas
Para o fundador e CEO da Spin, primeira aceleradora de startups para indústrias do país, Beny Fard, o levantamento mostra que a indústria brasileira está usando muito pouco as soluções de startups para melhorar seu desempenho. O risco que correm é que venham inovações disruptivas de fora e afetem duramente seus negócios.
Segundo Fard, este é um diagnóstico pioneiro, feito com o objetivo de entender mais esse mercado de tecnologia e inovação para indústrias. Foi realizado pela A2C e teve apoio institucional da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
— A gente concluiu que as startups têm uma dificuldade muito grande de se relacionar com a indústria. Apenas 8% tiveram algum tipo de investimento de indústria, grande parte usa capital próprio para se desenvolver. A participação das startups como vetor do desenvolvimento nacional está claro, mas a indústria nacional não está pronta para se relacionar com startups – avalia Fard.
Para ele, as indústrias estão concluindo que é preciso fazer inovação aberta, mas elas ainda não estão preparadas. Temem que seus dados ficarão expostos, gostariam de ser donas da tecnologia a ser usada e outros problemas.
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— O levantamento mostra que precisamos ajudar as indústrias a adotar mais rapidamente tecnologias – observa o empresário.
Um exemplo dos efeitos positivos da inovação aberta é a atuação da Asaas, de Joinville, empresa de tecnologia financeira que tem entre os serviços a distribuição de boletos eletrônicos de dívidas (com código de barras). Graças a isso, um empresário informal do Nordeste disse que passou a receber a maioria dos pagamentos em dia e conseguiu colocar o filho para estudar numa escola particular, destacou o CEO da Asaas, Piero Contezini.
A Spin tem matriz em Jaraguá do Sul, filiais em Blumenau, Joinville e São Paulo, e está abrindo mais uma em Curitiba. A A2C, também joinvilense, é uma empresa de transformação de marcas e de negócios para ecossistemas de inovação. Na foto, Beny Fard (E) e o CEO da A2C, Anderson Andrade.