Centro empresarial e de serviços com padrão AAA, o SC 401 Square Corporate, localizado na Rota da Inovação de Florianópolis, a SC-401, ganha força como mais um polo de empresas de tecnologia. Acaba de atrair a sede da multinacional norueguesa de energia limpa Statkraft, manteve a startup Decora, que se tornou multinacional ano passado e está triplicando o tamanho da sua sede, e também atraiu o hospital de oncologia Centro Estruturado de Oncologia de Florianópolis (Ceof), que realiza serviços de ponta na especialidade.

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O empreendimento tem entre os sócios a Guga Kuerten Participações e a CFL, incorporadora do Rio Grande do Sul especializada em imóveis premium. Nesta entrevista, o presidente da CFL, Luciano Bocorny Correa, e o diretor da empresa Raphael D’Arriaga Dias falam sobre a evolução do SC 401.

Como está o cenário para o mercado imobiliário?
Luciano Bocorny Correa –
Estamos vendo um cenário muito positivo para o mercado imobiliário. Desde a eleição o ânimo mudou bastante e, a partir de agora, os negócios começam a se efetivar de forma mais consistente. Se olharmos no macro, o cenário está todo favorável ao setor, seja pela modificação da Lei dos Distratos no final do ano passado, uma lei muito importante ao setor, seja pela reforma trabalhista, menor oferta de imóveis dos últimos três ou quatro anos em função da crise e pela condição de juros num patamar favorável como nunca visto. Hoje temos a Selic em 6,5% ao ano e se fala em financiamento imobiliário em 8% a 9% ao ano. É um patamar muito baixo, com uma inflação também num patamar baixo. As expectativas tanto de juros quanto de inflação estão se mantendo nessa condição diante da capacidade ociosa da economia para atender a retomada econômica. Os indicadores são todos favoráveis. O que falta é a volta do crescimento do emprego e da renda, o que a gente começa a ver que, pelo movimento de investimentos, interesses nos negócios, começa a melhorar. Faltam apenas as soluções fiscais com as reformas do governo para se ter uma retomada de uma forma ampla, em todos os setores da economia. A reforma trabalhista e a regulamentação da terceirização foram importantes para o nosso setor porque a indústria de construção é parecida com a automobilística, temos diversos fornecedores, também somos sistemistas. Em cada fase da obra temos fornecedores especializados diferentes.

O SC 401 foi inaugurado em 21 de março do ano passado. Como está evoluindo?
Luciano Correa –
É um empreendimento ambicioso, de 108 mil metros de área construída, 50 mil metros de área privativa, 18 mil metros quadrados de lojas, mais de 500 salas comerciais e mil vagas de garagem. Ele tem um conceito de ser um ecossistema para a Ilha nessa geração de novos negócios nas áreas de tecnologia e serviços. A partir de janeiro a gente começou a ter uma resposta maior do mercado dentro desse foco. Acredito que é em função da economia, mas também pelo empreendimento em si. Temos um nível de ocupação e serviços agregados dentro do empreendimento. Há também a conveniência com restaurantes, academia e mais lojas de apoio.

E o desafio de compor o mix de empresas?
Rafael D’Arriaga Dias –
É um empreendimento único que chegou ao mercado numa fase complexa da economia. Por isso o nosso desafio passou a ser gigante. Eu acho que a gente conseguiu ser muito assertivo ao compor um mix diferente de lojas para quem mora no Norte da Ilha de SC, trazer algumas operações inéditas como a própria Pets, que é um shopping para animais, a única franquia da marca em Florianópolis. No térreo, buscamos ainda algumas lojas. A ideia é que a pessoa que vem aqui trabalhar resolva o seu dia. Ela tem aqui academia, farmácia, salão de beleza, barbearia, opções de restaurantes para almoçar e jantar e outros serviços.

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Qual é o foco para empresas?
Rafael D’Arriaga Dias –
Procuramos mostrar que temos um espaço diferenciado e que elas têm que estar aqui. Muitas das empresas que a gente vinha conversando entendiam que era um produto acima do poderiam ter no momento em função da crise, mas a gente foi mostrando que elas poderiam estar aqui e criamos alternativas para virem para cá. Um dos nossos diferenciais é a sustentabilidade.

Como está a ocupação hoje e quais são as expectativas?
Luciano Correa –
Nossa projeção era de que, a partir de janeiro deste ano, em até 18 meses, chegaríamos a ter ocupação plena do empreendimento. Mas pelo que a gente está vendo de resposta agora achamos que em 12 meses chegaremos à ocupação total. Até o final do ano estávamos com 50% de ocupação. Agora está acelerando. A maturidade do empreendimento vem se acelerando, com os serviços, um polo gastronômico e a retomada econômica. Estamos atraindo empresas de tecnologia e outras, preocupadas em estar à frente num ecossistema de integração à natureza, com estrutura para empresas de ponta. Fechamos há poucos dias contrato com a Statkraft (multinacional de energia limpa da Noruega que comprou ativos da Engevix). A sede nacional deles vai ser em Florianópolis apesar de terem a opção no Rio de Janeiro. Vão ocupar 3,2 mil metros quadrados numa laje só, integrada. Terão aqui 400 pessoas trabalhando. Temos uma usina de energia solar no empreendimento que é um dos nossos diferenciais de sustentabilidade. O SC 401 tem espaços para empresas grandes, médias e pequenas. Além da Statkraft, a gente está trazendo um hospital dia, que é a clínica de oncologia CEOF (Centro Estruturado de Oncologia de Florianópolis), atualmente atendendo no Hospital de Caridade. A gente entende que essa área de saúde é importante, nosso ecossistema atende esse público. Ela vai atrair cerca de 3 mil pessoas por dia. Outra empresa internacional que está instalando a nova sede aqui é a Decora, de tecnologia. Quando eles fizeram a parceria com a americana CreiativeDrive, ano passado, já estavam aqui e decidiram continuar. Ocupam 400 metros quadrados e vão ampliar para 1,5 mil. Terão uma sede conceitual, dentro do perfil de empresas do Vale do Silício. O nosso empreendimento tem condições de receber empresas com perfis variados, mas focamos as voltadas à tecnologia e inovação. Temos também muitos consultórios médicos e escritórios de advocacia.