A vacina contra a covid é essencial para a retomada de todos os setores econômicos e Santa Catarina está mais atrasada do que alguns estados na aplicação dos imunizantes. O alerta foi feito pelo comentarista de economia do Grupo Globo, Carlos Alberto Sardenberg, em palestra no evento “Nossa Economia em Debate – O futuro dos segmentos que movem Santa Catarina, realizado na noite desta segunda-feira e transmitido no portal A Força de SC, no G1 SC.

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O jornalista fez essa crítica após citar uma série de indicadores econômicos que colocam Santa Catarina nos primeiros lugares do país, entre os quais a menor taxa de desemprego, de 6,2%, média semelhante a de países desenvolvidos. Mas quando se olha a vacinação, que depende do setor público de saúde, SC não está entre os estados com melhor desempenho.

Pela série de dados apresentada por Sardenberg, na aplicação da primeira dose Santa Catarina estava com 49,71% do total de pessoas a serem imunizadas enquanto a média nacional era de 47,64% e a de São Paulo, de 57,48%. Na aplicação da segunda dose, SC apresentava 20%, a média nacional estava em 19,59% e a de São Paulo, 22,52%. Sobre a redução de óbitos, SC registrava recuo de 17%, o Brasil, de 20%, e São Paulo, de 33%.

– Esse é um problema onde Santa Catarina poderia fazer melhor. Como vocês sabem, esse não é um problema do setor privado, mas do setor público. É o governo estadual e as prefeituras que têm que administrar as vacinas que recebem. Tem uma parte que é do governo federal, que atrasa o envio de vacinas. Mas o fato é que alguns estados como São Paulo e Espírito Santo estão indo melhor do que Santa Catarina na questão do combate à pandemia – observou o comentarista.

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Para ele, como essa atribuição de vacinar ficou com o setor público, o setor privado pode e deve se movimentar para cobrar mais eficiência das autoridades no programa de vacinação. Destaca que a grande preocupação do mundo inteiro, hoje, é reabrir a indústria do turismo que é formidável pela quantidade de gente que emprega.

– O setor de turismo depende basicamente da vacinação. Se você fizer as festas de final de ano sem antes de ter 75% a 80% da população vacinada, é batata que a gente vai ter uma nova onda de Covid porque já temos a variante Delta que está incomodando não apenas o Brasil, mas o mundo todo. Ou seja, a regra é acelerar a vacinação porque aí está a chave de tudo – afirmou ele.

Para o desenvolvimento econômico no pós-pandemia, Sardenberg afirmou que são essenciais também a reforma tributária, investimentos privados em infraestrutura, melhoria da educação e cuidados com o meio ambiente. Observou que o tema da sustentabilidade é prioridade no mundo desenvolvido. Recomendou às empresas exportadoras reiterarem aos seus clientes lá fora de que problemas de desmatamento na Amazônia não podem comprometer toda a imagem do agronegócio nacional porque a produção das outras regiões é sustentável.

O evento, que teve como âncora o jornalista Fabian Londero, contou também com painel no qual participaram os presidentes da Aurora, Neivor Canton; do Sicoob SC e RS Ruy Schneider da Silva; e da Fecoagro, Arno Pandolfo; e o diretor financeiro do BRDE, Vladimir Arthur Fey. Eles falaram sobre os avanços e tendências pós-pandemia dos respectivos setores das organizações que representam. Você pode assistir a íntegra do evento no portal Força de SC no G1 SC.

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