Entre os dados que mostram que a atividade econômica de Santa Catarina acaba de superar o ritmo alcançado em 2014, ano que antecedeu a maior recessão da história do Brasil, está o maior ritmo de abertura de empresas.

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No período de 1 de janeiro a 18 de dezembro deste ano foram registrados 146.538 novos CNPJs no Estado, considerando todos os portes, informa a Junta Comercial (Jucesc). Embora o ano ainda não tenha terminado, o número de aberturas entre 1 de janeiro até 18 de dezembro, 146.538, supera em 23,57% o registrado em todo o ano passado, quando o Estado totalizou 118.587 novos CNPJs. Ao todo, Santa Catarina conta atualmente com 845.252 empresas ativas.

O maior número de empresas em atividade e abertas é de microempreendedores individuais (MEIs). Dia 18 deste mês SC contava com 400.153 unidades ativas. No ano, foram abertos 110.364 MEIs e fechados 31.533. Na outra ponta, chama a atenção também o número de sociedades anônimas (SAs) abertas, que normalmente são empresas de maior porte. Foram criadas 525 no ano e fechadas 9. O Estado conta com 11.517 SAs ativas, segundo a Jucesc.

O presidente da Junta Comercial (Jucesc), Juliano Chiodelli, diz que o trabalho da instituição colabora para facilitar a abertura de empresas e, assim, para o desenvolvimento econômico.

– A política traçada pelo governador Carlos Moisés está proporcionando um ambiente de negócios muito mais favorável para os empreendedores. Hoje há confiança, respaldada pela retomada econômica que vivemos no Brasil e, em especial, em Santa Catarina. Simplificação e desburocratização são diretrizes do governo. Tudo está sendo feito para fomentar novos empreendimentos – afirma Chiodelli.

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Empresárias à frente de negócios

Empreendedoras catarinenses com negócios de destaque no Estado, Brasil e exterior foram palestrantes no programa Sebrae Delas Mulher de Negócios. O ciclo de 2019 foi encerrado na última semana, em Florianópolis, com 300 participantes. Na foto, a partir da esquerda, a vice-presidente e diretora técnica da Nanovetores Tecnologia, Betina Giehl Zanetti Ramos; presidente do Laboratório Santa Luzia, Alexandra Zunino; conselheira e membro do Comitê Estratégico da Cianet Silvia Folster; Patrícia Goedert, proprietária de doceria que leva seu nome; a proprietária da Souls Beauty Amélia Bellé e a fundadora da Nugali Chocolates, Maitê Lang. Um dos temas enfatizados pelo Sebrae é a importância da liderança feminina.

Tipos de empresas

Considerando outros tipos de empresas, neste ano foram abertas 18.620 Limitadas e fechadas 11.043; Empresário Individual foram 8.316 aberturas e 6.609 fechamentos; cooperativas foram 280 aberturas e 42 fechamentos, Eireli (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada) foram criadas 7.783 e extintas 2.376. Em outras modalidades foram abertos 1.618 CNPJs este ano, informa a Jucesc. Nos últimos anos, a junta facilitou e barateou os processos para fechamento de empresas, o que torna as estatísticas mais reais.

Atividade pré-crise

Em setembro, o Estado foi o segundo do país a superar o nível de atividade econômica de 2014, que antecedeu a recessão. O primeiro foi o Pará e o terceiro foi Goiás, junto com SC. Segundo o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, o indicador considerado, o IBCR do Banco Central, apontou em outubro que SC havia crescido 2,1% acima do nível de 2014. Para Aguiar, a taxa de desemprego em 5,8% no Estado está perto do pleno emprego, o que sinaliza que parte dos desempregados abriu próprio negócio.

Abertura de empresasem 41 minutos

Diante da série de críticas de que em Santa Catarina era muito demorado abrir uma empresa, a Junta Comercial, a partir de estratégias definidas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), fez a sua parte ao digitalizar os processos. Lançou há poucos dias o Registro Automático, que permite abrir uma empresa em cinco minutos. O presidente da Jucesc, Juliano Chiodelli, afirma que hoje é possível abrir uma empresa a qualquer hora do dia ou da noite, de qualquer município do Estado. Na avaliação dele, isso representa um salto gigantesco.

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Motivações

Durante a fase mais aguda da recessão, a abertura de empresas, especialmente MEIs, era para ter uma fonte de renda. No ano passado, do total de registros de CNPJs no Brasil, 61% eram em função de oportunidades no mercado e 37% por necessidade de geração de renda. Foi o que apontou a última pesquisa internacional Global Entrepreneurship Monitor. Mas, na prática, a maioria empreende para obter renda porque em 2017, por exemplo, essa pesquisa apurou que mais de 50% tinham renda de R$ 1 mil por mês.

Curtas

– O brasileiro abre negócio próprio por necessidade ou por sonho. Em todos os casos, especialistas aconselham buscar formação, informação e não investir todos os recursos na nova empresa.

– Por mais promissor que seja o negócio, é preciso ter cautela para abrir, testar o mercado antes e guardar a maior parte do capital disponível para reserva. Não é aconselhável colocar todos os ovos na mesma cesta.

– O crescimento econômico de SC até outubro deste ano, de 2,8% segundo o IBCR do BC, indica que o investimento continuou. Como deve melhorar, mais pessoas poderão optar por emprego formal ao invés de abrir seu negócio.

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