Pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio-SC) sobre o perfil do turista que visitou a região do litoral na temporada 2022-2023, divulgada nesta sexta-feira (28), apurou que o Estado registra tendência crescente da vinda de visitantes de maior renda, com idade média maior e mais usuários de transporte aéreo.
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A faixa de renda familiar que mais cresceu foi a de oito a 10 salários mínimos, que avançou seis pontos percentuais frente a média histórica. Os gastos de turistas tiveram alta de 9% e avançaram 29% quando se considera somente meios de hospedagem, também frente a média histórica, apurou a pesquisa. No caso de idade, a faixa etária que mostra alta consistente é entre 50 a 60 anos, que passou de 15,9% em 2022 para 16,4% em 2023.
O número de visitantes que optou por transporte aéreo também cresceu. Em Florianópolis, houve aumento de 12,9%, impulsionado pela maior oferta de linhas internacionais na temporada, com opções para Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai.
A pesquisa da Fecomércio-SC entrevistou 1.213 turistas, pessoalmente, no período de dezembro a fevereiro, nas cidades que recebem maior fluxo de visitantes, seguindo metodologia da Organização Mundial do Turismo.
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Mais uma vez, o maior número de visitantes veio de SC e estados vizinhos. Do total de entrevistados, 83% eram brasileiros, 39,1% de SC e 17% do exterior. A média de estrangeiros ficou acima dos 13,4% de 2022, mas está longe ainda de outras temporadas, como 29% em 2018 e 28% em 2019. Segundo a sondagem, dos que vieram agora 12,4% eram argentinos, 2,1% uruguaios, 1,8% paraguaios e 0,2% chilenos.
No caso de Florianópolis, por exemplo, dos que vieram de fora, 28,7% eram residentes no Rio Grande do Sul, 11,9% de São Paulo, 16,3% argentinos e 5,7% uruguaios. Em Balneário Camboriú, 23,9% vieram do Paraná, 21,3% de SC, 11,1% de São Paulo, 16,9% da Argentina e 4% do Paraguai.
Quanto aos gastos dos visitantes em SC, o valor médio ficou em R$ 4.937. Os gastos com hospedagem foram os maiores, de R$ 3.574 e 62% informaram ter usado esses serviços. A despesa média com alimentos e bebidas ficou em R$ 1.698 e em consumo no comércio chegou a R$ 518.
Um ponto positivo apurado pela pesquisa foi o grau de satisfação do visitante com a viagem. Florianópolis liderou com 83%, seguida por Balneário Camboriú com 75%, Imbituba 69%, São Francisco do Sul 47% e Laguna 39%.
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No caso da capital, ao falar de aspectos negativos, 46,7% criticaram o trânsito ruim, 17,8%, os preços altos, 16,7%, a infraestrutura da cidade e 6,7% problemas de limpeza e balneabilidade. No caso de Balneário Camboriú, 59,3% reclamaram da limpeza da praia e balneabilidade, 19% consideraram preços muito elevados e 15,3% criticaram a infraestrutura na praia.

“O turismo é o petróleo da vez”
Os resultados da pesquisa qualitativa sobre o turismo do litoral de SC no verão 2022-2023 foram debatidos em painel por lideranças no auditório da Fecomércio-SC. Entre os participantes estava o presidente da federação, Helio Dagnoni, o secretário de Estado do Turismo, Evandro Neiva, o gerente execuitvo da Zurich Aiport, Kleyton Nunes, o vice-presidente de Turismo da Fecomércio, Fábio de Souza e o presidente da Câmara Setorial de Turismo da federação, Marco Aurélio Floriani.
– O que chama a atenção para nós, nessa pesquisa, é que temos que começar a pensar que o turismo é o petróleo da vez. Temos que dizer a todo mundo que o turismo gera emprego e renda, onde vem o dinheiro de fora, que a gente diz que é a política da indústria sem chaminé. Esses números apresentados mostram o crescimento que Santa Catarina está tendo com o dinheiro que vem de fora e com o seu próprio turista. Isso é muito gratificante porque gera emprego e renda ao Estado – analisou o presidente da Fecomércio, Helio Dagnoni.
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Para o secretário de Turismo do Estado, a pesquisa mostra uma maturidade do setor turístico em Santa Catarina, que está recebendo mais visitantes de maior renda. E o levantamento da Fecomércio é fundamental para acompanhar o setor e embasar decisões de investimentos.
– É importante a gente se balizar com por números corretos para que a gente possa fazer um planejamento mais coerente do Estado. SC tem ainda um potencial incrível de crescimento. Estamos aqui com o aeroporto com dados crescentes a cada ano e a nossa missão como governo é melhorar a infraestrutura para que o Estado continuar recebendo esse turista qualificado – afirmou Evandro Neiva.
Para o secretário municipal de Turismo, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico de Florianópolis, Juliano Richter Pires, a pesquisa da Fecomércio é fundamental para mostrar os pontos fortes e fracos da temporada. Segundo ele, o prefeito Topazio Neto está investindo na regeneração e limpeza de rios para reduzir riscos de balneabilidade no próximo verão.
– Ficamos muito satisfeitos com o resultado: 82% de satisfação dos turistas. Obviamente, toda cidade precisa fazer melhorias. A questão da dificuldade de mobilidade sempre aparece nas pesquisas. Infelizmente, este ano, tivemos problemas maiores de balneabilidade. Mas, no geral o resultado foi muito satisfatório – disse Richter Pires.
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Essa temporada de verão foi a melhor para o aeroporto internacional de Florianópolis, com crescimento de 12,9% no número de passageiros frente a anterior. O terminal encerrou o ano com fluxo de 3,4 milhões de passageiros e estima 4,1 milhões para este ano, o que significa crescimento de 20,6%, informa Kleyton Nunes, gerente a concessionária do terminal.
– Os estrangeiros são a grande novidade. A temporada foi excelente, com muito mais voos internacionais do que a expectativa. A gente teve a chegada do voo da Latam do Chile e o número de passageiros de Montevidéu teve crescimento grande. E agora, os voos seguem com uma ocupação muito boa. Então, esse é um ano muito especial para o desenvolvimento internacional de voos – avaliou Kleyton Nunes.
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