Empresa que desperta o maior interesse de investidores entre os fabricantes dos futuros eVTOLs, mais conhecidos como “carros voadores”, a Eve Air Mobility, controlada da Embraer, prevê que o seu Eve fará, principalmente, três tipos de transporte em cidades. A aeronave deverá ser usada mais para voos de ida e volta a aeroportos, transporte executivo e passeios turísticos.
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A informação é Edgar Mendes Rodrigues, líder de estratégia de produto e mercado da Eve, que fez palestra no Summit Cidades, nesta terça-feira (27) em Florianópolis. Segundo ele, o eVOLT deverá estar pronto para operação comercial no final de 2026. O planejamento do novo “avião” começou em 2016 e o projeto foi iniciado em 2020.
O executivo afirma que a expressão “carro voador” pegou, mas o Eve não tem nada de carro, é uma aeronave disruptiva, que inclui duas grandes inovações: mobilidade totalmente elétrica e capacidade de voo vertical. Não é comparável a helicóptero porque voa como uma aeronave convencional, asa fixa em cruzeiro (como avião).
– A gente acredita mais na mobilidade como serviço. Significa que vai ter um operador que vai oferecer ticket para pessoas poderem voar no dia a dia. Ou através do uso de tecnologias disruptivas como a proporção elétrica distribuída, com o fato de você ter vários rotores. Nossa aeronave tem oito rotores para voos verticais. Isso permite desenvolver um veículo com segurança até superior a de um helicóptero para atender utilização num ambiente urbano. Ao mesmo tempo, você consegue um barateamento de custo de operação com novos modelos de negócio. A pessoa paga só um assento ao invés do uso de toda a aeronave. A gente estima que no longo prazo vai ser competitivo com as opções de taxi e outros. Imaginamos que vai ser acessível para todos – explica Edgar Rodrigues.
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Eve tem quase 3 mil pedidos em carteira

Diante do projeto robusto do eVOLT impulsionado pela qualidade Embraer, a Eve já tem 2.850 pedidos do mercado mundial, incluindo do Brasil. Essa é a maior carteira de pedidos desse tipo de veículo de toda a indústria de eVTOLs, que tem cerca de cinco fabricantes no mundo com projetos mais avançados.
Conforme o executivo, o Brasil está muito bem posicionado para esse mercado futuro. São Paulo, por exemplo, tem uma das maiores frotas de helicópteros do mundo. Isso mostra que com essas novas tecnologias, um novo modelo de negócio, você conseguindo trazer um ticket mais acessível, haverá uma grande utilização nas cidades brasileiras, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis.
A Embraer ainda não divulgou o preço por unidade, mas o grande objetivo é que tenha um preço acessível. Se for muito caro, vai se tornar um helicóptero elétrico, alguma coisa que é para poucos. O objetivo é causar uma ruptura no mercado, revela Edgar Rodrigues, que é engenheiro mecânico aeronáutico, graduado pelo ITA.
A previsão de que a mobilidade aérea urbana vai crescer de forma exponencial. Há projeções de que esse mercado tem potencial de mais de US$ 1 trilhão até 2040. Mas a projeção da Eve é um pouco menor, de US$ 750 milhões de dólares até 2040, com uma frota global de 50 mil veículos em 2035, podendo crescer exponencialmente.
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Listada na Bolsa de Nova York (NYSE) desde maio de 2022, a Eve segue tendo a Embraer como maior acionista. Mas fez captação de recursos de US$ 376 milhões para esse projeto, sem incluir a participação da Embraer.