Uma das lideranças que participaram da seleta reunião com o presidente da Argentina, Javier Milei, na manhã de domingo, em Balneário Camboriú, durante o congresso CPAC, foi o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar. O governador Jorginho Mello, que organizou o encontro, levou empresários que têm negócios com o país vizinho e Milei falou a eles sobre ajustes fiscais que está fazendo.
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O presidente da Fiesc aproveitou para defender maior agilidade nos serviços prestados pelas aduanas, tanto do lado argentino, quanto brasileiro, para estimular mais negócios entre a Argentina e SC.
– Temos recebido reclamações de empresários brasileiros e transmitimos essa manifestação ao presidente Milei, que não tinha conhecimento do problema – disse Aguiar nesta segunda-feira.

Conforme o presidente da Fiesc, Milei falou sobre as medidas que vem tomando para ajustar a economia do país, em especial controlar a inflação e buscar o ajuste fiscal (redução de gastos públicos).
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– São medidas disruptivas, mas o presidente disse que não vai privilegiar nenhum setor e que, apesar das especulações com o câmbio, tem certeza de que a economia está no rumo certo – revelou Aguiar sobre a fala do líder argentino.
Quando Milei assumiu o governo, em 10 de dezembro de 2023, o país havia acumulado até outubro inflação de 142,7% e a taxa básica de juros estava em 133% ao ano. A estimativa de inflação para 2025 é de 139,7%. O governo argentino também prevê queda de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, mas volta do crescimento alta de 3,4% em 2025.
No início do governo Milei, o dólar estava em 990 pesos, atualmente está em torno de 913 pesos e deve chegar em 2025 em 1.016,1 pesos, segundo informações da mídia econômica do país.
Também participaram da reunião o ex-presidente Jair Bolsonaro e executivos das empresas Tigre, Aurora, Farben e XP, que têm negócios com a Argentina. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Jorginho Mello disse que o encontro foi para discutir relações comerciais entre a Argentina e Santa Catarina.
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Único país que faz divisa com SC, a Argentina é destino de negócios de diversas multinacionais e outras empresas catarinenses. Além da Tigre, WEG e Grupo Dass também têm fábricas na Argentina e a Hering voltou a atuar com franquias no país. Se a economia melhorar sob o comando de Milei, mais empresas de SC poderão instalar unidades no país, informou uma fonte da coluna que tem negócios no setor têxtil.
O intercâmbio comercial também é intenso entre empresas que não têm unidades operacionais no país dos ‘hermanos’. Uma exigência do governo de SC para importações serem concentradas na aduana de Dionísio Cerqueira gerou muitos engarrafamentos e descontentamento por parte de importadores na virada do ano, problema que foi resolvido.
Segundo levantamento da Fiesc, em 2023 Santa Catarina exportou US$ 815,2 milhões para a Argentina e o país foi o terceiro maior destino de vendas do Estado, atrás apenas dos Estados Unidos e China. Os produtos mais vendidos ao país vizinho são papel Kraft, fios de cobre e revestimentos de ferro laminado plano. Neste ano, as exportações para a Argentina somaram US$ 328 milhões até junho.
Nos últimos anos, a balança comercial com SC tem sido muito mais favorável ao país de Milei. Ela alcançou US$ 1,579 bilhão em 2023 e, neste ano já acumula US$ 720,8 milhões. Os itens de maior impacto são automóveis, polímeros de etileno e alimentos em conserva.
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