O mercado dos Estados Unidos sempre foi relevante para Santa Catarina para exportações, importações e serviços. Nos anos recentes, é lá que a balança comercial do estado tem faturado mais. Neste ano segue no topo e já alcançou até setembro US$ 1,31 bilhão, 3,2% mais que nos mesmos meses de 2023. Mas dependendo do resultado da eleição desta terça (5), algumas decisões na esfera comercial podem ser diferentes, observa o empresário Gilberto Seleme, presidente em exercício da Federação as Indústrias de SC (Fiesc), Gilberto Seleme.
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Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, apurados pelo Observatório Fiesc, de janeiro a setembro deste ano o produto de SC que mais faturou com exportações para os EUA foi obra de carpintaria de madeira para construção, com receita bruta de US$ 206,6 milhões e 15,7% de participação na receita total. Em segundo lugar vieram os motores elétricos com 11,8% da receita total e faturamento de US$ 154,7 milhões, seguidos por partes de motor com US$ 143,6 milhões de faturamento e 10,9% da receita.
Na sequência dos 20 mais exportados com base participação no faturamento total nos EUA vieram: madeira em forma, outros móveis, madeira compensada acessórios para veículos, carne suína, compressores de ar, cerâmica não vitrificada, iates, gelatina, madeira MDF, recipientes de papel, transformadores elétricos, bombas de líquidos, preparo de couro bovinos e equinos, suco de frutas e madeira densificada.
As importações dos EUA por SC foram maiores de janeiro a setembro. Elas somaram US$ 1,7 bilhão com alta de 7,9% frente ao mesmo período de 2023. Pelo perfil industrial do Estado, muitos importados são insumos para produção.
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O item importado que somou maior valor este ano foi polímero de etileno, 22% do total de recieta e US$ 338, 8 milhões de valor na aquisição Em segundo lugar vieram veículos com 8,7% e US$ 149,3 milhões em compras lá fora, seguidos por borracha sintética, 3,6% do valor total e compra de US$ 61,7 milhões.
Na sequência, compõem os 19 itens mais importados por SC nos EUA os reagentes de laboratórios, instrumentos médicos, polímeros de cloreto de vinilo, motores de pistão, carbonatos, partes e acessórios de veículos, coque de petróleo, proteína solúvel, aparelhos para análises, aços planos, medicamentos, pasta química de madeira, produtos imunológicos, rolamentos, preparados antidetonantes e chapas de plástico.
Novo governo pode adotar medidas favoráveis ou não
Independente de quem vencer a eleição nos EUA, alguns setores podem ter vantagens, outros não. Para o empresário Gilberto Seleme, primeiro vice-presidente da Fiesc e que está como presidente interino da entidade em função das férias do titular Mario Cezar de Aguiar, um dos setores que podem ser beneficiados caso o Trump vença a eleição é o madeireiro, que faz móveis e esquadrias.
Isso porque, quando presidente, Trump taxou os produtos chineses desse segmento e isso acabou favorecendo produtos brasileiros. E no mesmo período, houve aumento dos custos de frete internacional, dificultando ainda mais o avanço da china.
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Mas quando se fala em produtos como o aço, por exemplo, é difícil ter um cenário claro sobre o mercado americano, independentemente de quem vencer o pleito. Isso porque o Trump elevou em 25% a alíquota do aço importado por ter prometido protecionismo à produção interna e Joe Biden manteve porque a oferta chinesa cresceu muito e estava afetando a produção nos EUS.
Na análise de Gilberto Seleme, a diferença ideológica entre o governo brasileiro e Trump, caso ele seja eleito, não vai gerar impacto significativo nos negócios com o Brasil. A expectativa é de que ele adote mais restrições à China com quem os EUA têm diferenças mais acentuadas.
Ainda conforme Seleme, grande parte os importadores americanos das indústrias catarinenses de móveis e madeira apoiam o ex-presidente e não aceitariam, por exemplo, uma taxação. O empresário catarinense avalia que os EUA não podem criar muitos obstáculos comerciais com a China e com o Brasil porque ambos os países são grandes fornecedores aos americanos.
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