Os impactos dos robôs na economia foi o tema central do ABII Pocket, evento realizado nesta sexta-feira (15) em Joinville, pela Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), antecedendo o ABII Chalenge, uma competição nacional com uso de robôs no sábado. Um dos painéis do Pocket abordou em que setores essa tecnologia ajuda a impulsionar novos empregos e em que setores elimina vagas.

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O presidente da ABII, José Rizzo Hahn Filho, que também fez palestra sobre o futuro da robótica, afirmou que no setor industrial a robotização ajuda a impulsionar a economia e, assim, criar novas oportunidades de trabalho. Isso ocorre em economias desenvolvidas, com pleno emprego. Entre os exemplos, estão o Japão, Coreia do Sul, além de outros países desenvolvidos. Mas ele alertou que no setor de serviços, a robotização tem fechado mais vagas de trabalho do que aberto, porque está substituindo pessoas em diversas áreas, entre as quais movimentação de mercadorias, serviços de escritório e atendimento ao público.

– Quando você pega uma fábrica e automatiza, coloca robôs, ela se torna mais competitiva. Então a chance de êxito dela no negócio é maior. Ela pode ter outra fábrica em outro lugar. A empresa é mais saudável financeiramente e a tendência é que ela cresça, mesmo com fábricas mais automatizadas, em geral, ela acaba gerando mais empregos. Isso é o contrário de uma empresa que se mantém sem nenhum tipo de automação, que acaba tendo custo grande, produtividade muito baixa e, eventualmente, fecha e todos predem o emprego. Nos países mais robotizados, não há problema de desemprego. As economias são muito saudáveis. Então, do ponto de vista do que vimos até hoje na indústria, robô não elimina emprego. Ele entra normalmente, fazendo atividade que as pessoas não querem mais fazer por serem repetitivas e arriscadas – explicou Rizzo.

– O setor de robótica seguirá crescendo a uma taxa de 20% ao ano. Isso é muito acelerado. Se uma área cresce nesse ritmo, estará dobrando a cada três ou quatro anos. Os robôs industriais seguirão em crescimento. A previsão é de que em 2030 teremos US$ 50 bilhões em negócios envolvendo robôs industriais. Mas, apesar disso, já é uma parcela menor, quando olhamos para os demais robôs, que são os de serviços, tanto estacionários quanto móveis. Então, essas novas categorias de robôs vão crescer mais do que os industriais – alertou ele.

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Na área de serviços, o empresário explica que com o advento da inteligência artificial, esses robôs de software, que estão atuando em tecnologia da informação (TI), têm um potencial mais forte e mais rápido de reduzir funções mais burocráticas.

– Eu diria até que se a gente fizer uma comparação entre robôs da indústria e esses de automação de software, essa úlltima opção tem um poder mais forte de gerar desemprego. O robô físico troca uma pessoa por um robô. É uma coisa muito lenta. Esse robô de software que vai fazer uma atividade repetitiva de escritório que era feita por muitas pessoas, ele tem implementação muito mais rápida, porque não tem nada físico envolvido. Acho que quando se debate automação e inteligência artificial hoje, existe uma preocupação muito maior com essas funções de escritório, do que das fábricas – avalia Rizzo.

Outra área que usa cada vez mais robôs é a de logística. Tem armazéns totalmente conectados, que trabalham apenas com robôs. Isso está sendo possível porque tem melhorado a conexão de robôs com inteligência artificial.

José Rizzo mostra imagem de centro de logística totalmente robotizado (Foto: Estela Benetti)

Ainda segundo o empresário, uma das áreas impactadas nos serviços é a saúde. Um exemplo são as cirurgias que, com a melhora da conectividade, o cirurgião pode estar remoto. Segundo o empresário, pessoas que fazem cirurgia com robô têm informado que a recuperação é mais rápida.

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Embora robô pareça uma tecnologia nova, o primeiro equipamento foi testado em 1938. Era um robô que tocava flauta. Isso significa que é uma tecnologia que já chegou aos 85 anos. Na indústria, ela teve estreia em 1961 (há 62 anos), numa montadora da General Motors, nos Estados Unidos. O robô era chamado Unimate.

Tema estratégico de nações

Como essas tecnologias são fundamentais para evolução da humanidade e da economia, elas não vão parar. Mas o avanço mais rápido de robôs e da inteligência artificial tem preocupado mais e recebido atenção específica no Fórum Econômico Mundial, realizado anualmente em Davos, nos Alpes suíços.

– Como é que a gente vai lidar com tudo isso é um tema bastante complexo. Tanto que ele já tem cadeira permanente no Fórum Econômico Mundial porque também é um tema de nações, que mexe muito com a competividade entre nações. Existe uma ligação muito clara de domínio dessas tecnologias versus poder global – destacou Rizzo.

Segundo ele, entre as questões éticas e de considerações legais mais abordadas sobre robôs e inteligência artificial estão o desemprego, privacidade, viés e equidade, autonomia e responsabilidade, transparência, relações com seres humanos e segurança.

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Um dos dilemas, sem definição e com forte influência ética é o que um carro, dirigido por robô, vai fazer no caso de um acidente que envolve vidas humanas.

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