Acionistas de empresas familiares de Santa Catarina e de outros estados participaram quinta-feira (07) de programa executivo internacional na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) com o professor americano John A. Davis, considerado o ícone mundial sobre gestão de empresas familiares.
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Fundador de disciplinas e programas sobre sucessão familiar na Universidade de Harvard, hoje ele preside a empresa de consultoria Cambridge Family Enterprise Group, também de Boston. Ele falou em Santa Catarina sobre sucessão familiar multigeracional, numa iniciativa da Academia Fiesc de Negócios.
Um dos conselhos que deu aos participantes do programa é que proprietários de empresas familiares precisam ter um acordo de acionistas. Isso para deixar claro como será desenvolvida a gestão da empresa e critérios de como cada um pode participar ou vender suas participações no negócio, caso quiserem sair.
Ele também recomendou às famílias empresárias pensarem no longo prazo, isto é, como o negócio poderá ser desenvolvido considerando as mudanças econômicas e, também, quem vai liderar a empresa via diretoria executiva ou por meio do conselho de administração.
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Davis falou do tradicional Modelo dos Três Círculos do Sistema de Empresa Familiar que ele e o então colega da Universidade de Harvard, Renato Tagiuri, criaram no fim dos anos de 1970 para melhor orientar a gestão dessas empresas. Os círculos são: a empresa, a família e o patrimônio. Segundo ele, esse modelo ainda é relevante para orientar a gestão dos negócios.

Entre os alertas que ele fez durante o programa na Fiesc, que se estendeu o dia todo, está também uma lista de razões pelas quais muitas empresas familiares não dão certo. Segundo ele, em média, somente 30% das empresas familiares chegam à segunda geração, 15% chegam à terceira geração e 10%, alcançam a quarta geração familiar.
– Não fazer alterações importantes a tempo, não ter talentos capazes em funções-chaves, não ter capital suficiente para investir, declínio na assunção de riscos familiares de interesse familiar, problemas de sucessão, conflitos familiares que afetam as atividades, má gestão e desafios imprevisíveis que deixam a empresa incapaz de se recuperar – enumerou ele como razões que levam empresas familiares a não ter sucesso.
Quando integrantes da família participam da gestão igualmente, ele aconselha que é importante ter harmonia, mas é preciso ter discordância para, assim, melhorar o negócio. Se dois sócios pensam o mesmo, então um não precisa estar na empresa, alertou.
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Entre os pontos fortes de empresas familiares, ele citou abordagem persistente de longo prazo, estabilidade financeira, lealdade das partes interessadas e foco em qualidade. E as vulnerabilidades mais comuns são foco no controle, longo mandato de lideranças, lealdade a produtos locais e demora para fazer grandes mudanças.
Um dos empresários catarinenses que participaram do programa ministrado por Davis foi Jorge Freitas, presidente do conselho de administração da Intelbras, empresa que está na B3, a bolsa do Brasil. Ficou atento sobre dicas necessárias para o atual momento da empresa que lidera.
– Um dos conselhos de Davis é que uma empresa familiar, mesmo que tenha gestão totalmente profissional, precisa ter um ‘piloto’ da família. Nós estamos preparando as pessoas. Já temos uma equipe – disse Jorge Freitas.
Entre os que vieram de outros estados para participar do programa estava o empresário e consultor Fábio Araújo Santos Filho, de Porto Alegre. Para ele, chamaram atenção nos ensinamentos de Davis os pilares para as empresas darem certo e, também, o alerta sobre desafios das transformações econômicas.
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– Os três pilares – crescimento, talento e unidade –, destacados por Davis, são superimportantes para a criação de valor numa organização. Mas outra coisa para que esses pilares sejam balizados, é pensar no que está por vir nesse mundo de alta transformação. A gente acaba não tendo tempo para pensar dentro das empresas e conselhos de famílias sobre o que está por vir e pode interferir dramaticamente sobre nossos negócios – alertou Fábio Araújo.
Davis falou sobre as várias funções que sócios familiares podem desenvolver nas respectivas organizações. Vão desde a área executiva, liderança de conselho, como conselheiros ou até líder de instituição filantrópica. A série de orientações do professor deixa claro que todos os integrantes das famílias empresárias precisam se preparar para a liderança e, além disso, é necessário desenvolver gestão com ética, governança e planejamento para a continuidade dos negócios.
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