A economia do Rio Grande do Sul vinha em bom ritmo este ano quando foi abalada pela tragédia das chuvas de maio. A reconstrução do sistema viário, que requer investimentos superiores a R$ 200 bilhões, vai demorar anos e o setor privado do Brasil ajudaria o RS se investisse mais no estado, que se destaca por ter trabalhadores qualificados.
Continua depois da publicidade
Entre na comunidade exclusiva de colunistas do NSC Total
Esses foram pontos destacados para a coluna pelo economista e ex-secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul, Aod Cunha, após palestra que fez quinta-feira à noite em Florianópolis, no lançamento da Vertical de Economia do Grupo de Líderes Empresariais (Lide SC e RS). Ele participou de painel com o secretário de Estado da Fazenda de Santa Catarina, Cleverson Siewert, mediado pelo empresário Fernando Marchet, curador de conteúdo da vertical e CEO da Bateleur.
– O pior já passou em termos de acolhimento das pessoas, reconstrução de abrigos, e soluções para interrupção de vias, mas a reconstrução de todo o sistema logístico de infraestrutura do estado vai demorar muitos anos. A gente teve 152 rodovias estaduais danificadas, mais de 300 pontes foram destruídas e o aeroporto de Porto Alegre continua parado. Dos 496 municípios do Estado, 420 foram afetados – afirmou o economista.
Segundo ele, serão necessários investimentos da ordem de R$ 200 bilhões nos próximos 10 a 15 anos para reconstruir tudo. Uma parte virá da postergação da dívida do Estado, cerca de R$ 12 bilhões. Mas será necessário fazer uma reconstrução diferente considerando risco de novas tragédias climáticas.
Continua depois da publicidade
Um dos passos para isso é uma parceria com a Holanda, país que teve problema parecido anos atrás. Além da falta de recursos, o ex-secretário diz que faltam projetos de engenharia e o Estado não tem equipe suficiente para isso. Segundo ele, essa é uma área que pode ter ajuda de fora do RS.
Sobre a retomada das atividades por empresas atingidas diretamente pela enchente, Aod Cunha observou que parte delas enfrentou e ainda enfrenta dificuldades em obter recursos de linhas do Pronampe e do BNDES, em função de exigências do sistema financeiro.
Mas disse que o setor privado brasileiro pode ajudar o Rio Grande do Sul investindo diretamente no Estado. Entre os diferenciais estão a qualidade da educação e energia abundante. Recentemente, privatizou o serviço de saneamento.
– O Rio Grande do Sul tem trabalhadores qualificados, não só pela qualidade da educação básica, mas pelas universidades. Em algumas áreas como nas engenharias e na saúde tem cursos de excelência. A gente está exportando muita gente ainda. Muitos profissionais de computação vão para São Paulo, para a Europa. O Estado está tentando reter essas pessoas – afirmou Oed Cunha.
Continua depois da publicidade
Vertical integrada por empresários
Segundo o presidente do Lide SC e RS, Delton Batista, a Vertical Economia é integrada por lideranças empresariais de diversos setores. O objetivo é impulsionar o crescimento econômico dos dois estados.
Entre os que participaram do lançamento em SC estavam o presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) Diego Ramos, o CEO da Portobello John Suziki, o presidente da RenauxView Armando Hess, o cofundador da Softplan Moacir Marafon, a diretora da Baly Brasil Dayane Titon, o CEO da ABecker Loteamentos Anderson Becker e o diretor da EDP Ênio Branco.
Leia também
Grande Florianópolis ganha com o contorno; faltam soluções ao Sul e ao Norte da BR-101
Fiesc foi insistente na cobrança do Contorno; agora celebra a obra de engenharia
Startup Summit tem evento paralelo em Jurerê in, o Investor Week
Portos de SC crescem 6% em movimentação de cargas no primeiro semestre
Multinacional de SC adere a programa nacional pela saúde e segurança do trabalhador
Casan projeta investimento bilionário em saneamento até o final de 2026