Em meio à crise econômica do novo coronavírus, chega em boa hora a nova rota aérea internacional Florianópolis-Miami, inaugurada nesta quarta-feira pela Floripa Airport Cargo e a Latam Cargo. Entre os principais diferenciais ao mercado estão tarifas tributárias competitivas que reduzem custos e rapidez na liberação de cargas. A estreia com Boeing 767, que transporta 55 toneladas, foi para trazer produtos dos EUA, mas a expectativa é que empresas de SC e da Região Sul do país avancem no mercado americano com produtos premium que podem ir por avião, informou o diretor geral da concessionária, Ricardo Gesse, que falou sobre a nova rota e perspectivas juntamente com o diretor da Latam Cargo, Diogo Elias.
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Florianópolis estreia rota de carga aérea com Miami. Linha de passageiros está na mira
O plano, agora, é consolidar essa rota, aproveitando a demanda maior de carga que antes acabava embarcando em aviões comerciais de passageiros ou em outros estados como Paraná e São Paulo. Os próximos passos serão novas conexões para cargas aos EUA e Europa, informou Elias.
Confirmada nova rota aérea de cargas Florianópolis-EUA
Questionado sobre a possibilidade de, no futuro, ter uma linha direta de passageiros Florianópolis-Miami, um desejo até do governador Carlos Moisés manifestado pelo secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, Elias disse que, por enquanto, não é possível. Afirmou que primeiro é preciso esperar o restabelecimento do transporte aéreo de passageiros que existia antes da pandemia. Mas Gesse foi um pouco mais otimista. Observou que ter um voo com frequência consolidada de carga pode ajudar, no futuro, a ter um de passageiros que também leva carga. O executivo está otimista sobre o potencial de exportações aos EUA via Florianópolis.
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-Temos uma eficiência muito grande em Florianópolis graças à Receita Federal. Temos 70% de todas as cargas liberadas nas primeiras 24 horas e desembaraços em até quatro horas. Os trâmites no Aeroporto de Florianópolis sempre foram muito eficientes. Nessa perspectiva, vai ser mais rápido a carga desembaraçada em Florianópolis seguir para plantas industriais ou para o comércio – explicou Gesse.
Para as empresas importadoras, a liberação de cargas em SC será muito mais fácil porque hoje, quando a mercadoria vem pelo Aeroporto Internacional de Curitiba, elas precisam contratar “Trânsito Aduaneiro”, que é mais caro que o transporte normal. Isso é necessário para levar as cargas a ser liberada em um recinto alfandegado de Santa Catarina. Outro diferencial catarinense são as tarifas de importação, mais baratas que outros Estados, que já garantem diferencial para importações por via marítima nos cinco portos locais.

A expectativa da Floripa Airport é movimentar este ano 15% a 20% mais cargas do que em 2019. Isso sem considerar os serviços dessa nova rota, informou Gesse. A vinda de dois cargueiros gigantes da China em junho, os jumbos 747-400 permitiram trazer cargas superiores a R$ 100 milhões em dois meses, informou o diretor.
Questionado sobre a evolução do e-commerce no transporte de carga, Diogo Elias mostrou otimismo. Segundo ele, a Latam é forte nesse segmento no Brasil porque para o exterior os Correios lideram. Informou que no ano passado esse tipo de carga respondeu por 7% a 8% do total da empresa no Brasil, mas neste ano já supera 20% do total.
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Quanto ao movimento de passageiros, ele informou que segue com forte retração devido ao medo das pessoas de viajar em função da pandemia. Conforme Gesse, o mês mais difícil foi abril, quando apenas 19 mil passageiros passaram pelo terminal. Para este mês de agosto, a expectativa é de 70 mil passageiros, o que representará a perto de 25% do total de 300 mil registrados em agosto do ano passado. A normalidade do transporte de passageiros é esperada com a vacina contra a Covid-19. Mas antes, a expectativa é de que o movimento vá melhorando gradativamente.
A recepção ao voo inaugural da rota Miami-Florianópolis, além dos executivos Ricardo Gesse, diretor da concessionária, e Diogo Elias, da Latam, contou com as participações do prefeito Gean Loureiro, do secretário de Estado da Fazenda Paulo Eli, do presidente da Federação das Indústrias Mario Cezar de Aguiar e da secretária de Estado de Assuntos Internacionais Daniella Abreu.